O Brasil tem 15 milhões de doses da vacina CoronaVac contra a Covid-19 paradas em São Paulo, sem destino, de acordo com um levantamento feito pela TV Globo. Nem o governo federal nem os estados manifestaram intenção de as comprar.
Segundo o ministério da Saúde brasileiro, as novas aquisições de vacinas estão a ser negociadas apenas com a Pfizer e a AstraZeneca, uma vez que estas já têm registo de uso definitivo no país.
A CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, em parceria com a chinesa Sinovac, começou a ser administrada à população brasileira no início do ano, numa altura em que era a única disponível no país. Posteriormente, outras três vacinas passaram a fazer parte da campanha nacional: a AstraZeneca, Pfizer e Janssen.
Desde então, 100 milhões de doses da CoronaVac previstas em contrato com o ministério da Saúde foram distribuídas aos estados, mas o Butantan também produziu um lote extra de 15 milhões de doses entre julho e agosto. São essas doses, com validade até agosto de 2022, que estão sem destino.
Questionados sobre a intenção de comprar essas doses, todos os estados brasileiros - incluindo São Paulo - responderam que não têm interesse, porque já receberam doses suficientes do Programa Nacional de Imunização.
Questionado ainda pela Globo sobre a possibilidade de compra deste lote de vacinas para doação a outros países, o ministério limitou-se a responder que agora trabalha apenas com os contratos da Pfizer e AstraZeneca.
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