A decisão, anunciada pelo Departamento do tesouro norte-americano, surge numa altura em que estão em curso negociações para salvar o acordo sobre o programa nuclear o Irão, que, segundo Teerão, serão retomadas na próxima quinta-feira.
As sanções têm como destinatários várias unidades especiais das forças de segurança encarregadas de manter a ordem (LEF) ou de luta contra o terrorismo (NOPO), bem como responsáveis por várias prisões.
Os responsáveis sancionados incluem Hassan Karami, o comandante das unidades especiais LEF, e Mohsen Ebrahimi, o comandante da NOPO.
As prisões iranianas de Zahedan e Isfahan também são alvo, segundo as autoridades de Washington, porque ali foram executados prisioneiros.
Além das sanções a entidades e personalidades iranianas, e tendo sempre como pano de fundo as violações aos direitos humanos, o Departamento do Tesouro também as aplicou ao chefe da Inteligência Militar do Uganda.
As sanções foram ainda aplicadas a dois oficiais da Força Aérea Síria, responsáveis por ataques com armas químicas contra civis, e a três responsáveis dos serviços secretos sírios devido a atos de repressão.
"Estas sanções incluem indivíduos previamente sancionados pela União Europeia (UE), o que aproxima os Estados Unidos dos seus aliados e parceiros, refletindo o nosso compromisso comum com a promoção da democracia e o respeito pelos direitos humanos", lê-se no comunicado.
Hoje, em Teerão, antes de partir para Moscovo para consultas, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Ali Bagheri, igualmente o negociador chefe da delegação do Irão, indicou que as conversações serão retomadas quinta-feira, depois de os países integrantes do pacto terem pedido tempo para estudar as propostas de Teerão.
"Achei necessário, nesta fase, consultar as autoridades russas para continuar as negociações na quinta-feira numa atmosfera construtiva", afirmou segundo o portal 'iribnews, da televisão estatal.
As negociações para salvar o acordo nuclear com o Irão foram retomadas a 29 de novembro após um hiato de cinco meses, mas estão suspensas novamente desde sexta-feira, com os países que ainda fazem parte do pacto a pedirem tempo para estudar as propostas iranianas.
No entanto, poucas horas antes das palavras de Bagheri, a França considerou que as propostas formuladas por Teerão não constituem "uma base razoável" para salvar o acordo que visa impedir Teerão de adquirir armas nucleares.
"O tempo está a esgotar-se porque o Irão continua com o seu programa nuclear numa trajetória extremamente preocupante", afirmou a porta-voz da diplomacia francesa, Anne-Claire Legendre.
Hoje de manhã, Bagheri defendeu que as propostas feitas por Teerão representam "iniciativas muito úteis e construtivas" e que "podem fazer avançar o processo de negociação".
Concluído em 2015 entre o Irão e as grandes potências (Estados Unidos, Rússia, China, França, Alemanha e Reino Unido), o acordo está em causa desde a retirada unilateral do pacto dos Estados Unidos, em 2018, e do restabelecimento das sanções, levando Teerão, em resposta, a desvincular-se da maioria dos seus compromissos.
O acordo oferece a Teerão o levantamento de parte das sanções que sufocam a sua economia em troca de uma redução drástica do programa nuclear, colocado sob estrito controlo da ONU.
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