De acordo com os resultados oficiais, 96,49% dos eleitores manifestaram-se contra a independência do arquipélago situado no Pacífico Sul, contra 3,51% defensores do 'sim".
O terceiro referendo ficou marcado por uma menor adesão às urnas do que nos dois anteriores referendos, com uma participação de 43,90%.
Os separatistas anunciaram que não iriam às urnas, alegando a impossibilidade de organizar "uma campanha justa" devido aos efeitos da pandemia de covid-19 no território, e apelaram para que o resultado da consulta não seja reconhecido.
O Presidente francês, Emmanuel Mácron, pretende fazer hoje uma avaliação dos resultados e, segundo fontes do Governo, "dar perspetivas" para continuar com o diálogo.
Seja qual for o resultado do referendo, "no dia seguinte haverá convivência" com a França, em particular "dada a realidade geopolítica da região", assegurou Emmanuel Macron, na quinta-feira.
O Governo francês, que só controla a segurança e a justiça no território, já fez saber que a queda da participação neste terceiro referendo não põe em causa o resultado, embora tenha apelado para ter em conta as três consultas e constatar que a população está fortemente dividida.
Fontes do Ministério do Ultramar indicaram que o terceiro referendo, que põe fim aos acordos assinados em 1998, não significa o fim do processo político no arquipélago e anunciaram a abertura de negociações entre todas as partes.
Em junho, em Paris, os caledonianos decidiram com o Estado que, a partir do dia 12 de dezembro, se abriria "um período de estabilidade e convergência" para preparar o processo de independência até junho de 2023, se ganhasse o "sim".
O diálogo não será tão fácil, já que o partido da independência FLNKS e os nacionalistas já avisaram que rejeitam qualquer reunião com o ministro do Ultramar, Sébastien Lecornu, antes das eleições presidenciais francesas em abril de 2022.
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