Fotojornalista morre uma semana depois de ter sido detido em Myanmar

Soe Naing tinha sido detido na sexta-feira passada, enquanto fotografava as ruas desertas de Yangon.

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© Reprodução RSF

Notícias ao Minuto
15/12/2021 16:22 ‧ 15/12/2021 por Notícias ao Minuto

Mundo

Myanmar

Um fotojornalista detido na sequência de um protesto contra a tomada militar de Myanmar morreu sob custódia dos militares, foi hoje revelado.

Soe Naing, designer gráfico que começou a documentar os protestos depois da tomada militar de Myanmar, em fevereiro, tinha sido detido na sexta-feira passada, enquanto fotografava as ruas desertas de Yangon durante um protesto silencioso.

Segundo a Reuters, um amigo de Naing disse que tinha sido notificado da sua morte, mas que não tinha visto o corpo. A Associated Press reporta ainda que o corpo do fotojornalista terá sido cremado esta terça-feira, sem se saber se tinha sofrido ferimentos.

Anúncios da morte do fotojornalista começaram a circular ontem nas redes sociais e a rádio estatal norte-americana Radio Free Asia revelou que a morte foi confirmada pelos familiares de Naing.

Desde o golpe de estado de 1 de fevereiro, que retirou Aung San Suu Kyi do poder, tem-se um aumento dos chamados ‘jornalistas cidadãos’, que documentam os protestos violentos e os mostram ao mundo. Naing era um deles, oferecendo conteúdos gratuitos aos meios de comunicação social.

A Associação de Assistência aos Presos Políticos (AAPP) adianta que mais de 1.300 pessoas foram mortas pelas forças de segurança desde a tomada militar do país, e 10.900 pessoas foram detidas. Este número inclui jornalistas, com cerca de 40 ainda em custódia dos militares, que dizem que estas figuras são exageradas.

De acordo com os Repórteres sem Fronteiras (RSF), Naing morreu durante um interrogatório, apelando à comunidade internacional para que “condene a escalada de terror contra os repórteres que cobrem as notícias em Myanmar”, assim como a implementação de “sanções contra os generais”.

O país é, para o Comité para a Proteção dos Jornalistas, o segundo pior no que toca a detenção destes profissionais, logo após a China.

Leia Também: Myanmar: Tropas queimam vivas 11 pessoas, algumas era menores

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