As cartas foram enviadas com pedaços de carne que, segundo o remetente, estão contaminados com "vírus da covid-19 e Zyklon B", em referência a um gás utilizado pelos nazis durante o Holocausto, revelou o tabloide Bild, que cita fontes parlamentares.
A análise técnica da polícia descartou que estas cartas, até agora recebidas por cerca de uma dezena de figuras políticas na Alemanha, contivessem substancias perigosas.
"A resistência à vacinação e às medidas serão sangrentas e pouco apetecível", refere o texto.
Uma das cartas foi dirigida ao presidente da Câmara de Berlim, Michael Müller.
"É inacreditável que algumas pessoas estejam dispostas a ameaçar outras, incitar ao ódio e espalhar as suas teorias obscuras", salientou Michael Müller, citado por vários meios de comunicação social, aos quais garantiu que não será "intimidado" por uma "minoria radicalizada".
As autoridades alemãs registam uma crescente preocupação com a radicalização de grupos negacionistas da pandemia de covid-19.
No fim de semana decorreram novamente protestos não autorizados e alguns causaram incidentes com as forças de segurança.
O presidente do Parlamento alemão (Bundestag), Bärbel Bas, referiu no domingo que os negacionistas "são um perigo para a democracia".
E apelou a um reforço da vigilância dos grupos da rede social Telegram e que sejam proibidas as concentrações em frente às residências de representantes políticos.
Na quarta-feira, a polícia federal da região da Saxónia, no leste da Alemanha, encontrou armas em casas de seis pessoas que estão a ser investigadas por alegadamente estarem a planear um atentado contra o ministro-presidente daquele estado, Michael Kretschmer.
Os serviços de inteligência da Alemanha alertaram em particular para o uso do Telegram como ferramenta de mobilização por parte de negacionistas de direita ou extremistas e ameaçaram com a retirada da aplicação caso esta não bloqueie conteúdo criminoso.
A covid-19 provocou pelo menos 5.320.431 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como "preocupante" pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 77 países de todos os continentes, incluindo Portugal.
Leia Também: Cerca de 48 mil crianças agendadas para vacinação no fim de semana