Segundo a fonte, que falou à agência noticiosa France-Presse (AFP) sob anonimato, os grupos armados, sob a autoridade de várias forças militares e de segurança, estão posicionados em "locais sensíveis" da capital líbia e fortemente armados.
A mobilização foi feita poucas horas depois da posse do general Abdelkader Mansour como novo comandante militar da região de Tripoli por ordem do Conselho Presidencial.
Na quarta-feira, o Conselho Presidencial, a mais alta autoridade executiva e, oficialmente, comandante supremo dos Exércitos, demitiu o general Abdelbasset Marouane, detentor do cargo há vários anos, para substituí-lo por Mansour.
Imagens publicadas na imprensa e nas redes sociais durante a noite de quarta-feira e hoje de madrugada mostram dezenas de homens armados, apresentados como próximos do general Marouane, além de veículos armados, a percorrer as principais artérias de Tripoli antes de se concentrarem no interior do perímetro da sede do Governo e próximo de outros edifícios oficiais.
A fonte militar, no entanto, minimizou a situação, indicando à AFP que estas movimentações são integradas e lideradas por unidades responsáveis para garantir a segurança das instituições do Estado, negando que tivessem cercado os locais em questão.
A capital líbia está sob o controlo de uma miríade de grupos armados associados aos Ministérios da Defesa -- ainda sem ministro -- e do Interior, no Governo interino.
A Líbia tem estado a tentar pôr cobro a uma década de guerra civil e de caos desencadeada pela queda, em 2011, do regime do antigo líder líbio Muammar Kadhafi, marcada nos últimos anos pela existência de potências rivais no leste e oeste do país.
As eleições presidenciais na Líbia estão marcadas para 24 deste mês e são apresentadas como o culminar de um processo de paz patrocinado pela ONU para encerrar o capítulo de divisões e de instabilidade.
No entanto, a oito dias da data, a votação está ainda incerta, face à ausência de uma lista oficial de candidatos e às persistentes divergências entre os campos rivais.
A situação de segurança continua muito precária no país do norte de África, apesar dos avanços políticos registados no ano passado.
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