"Temos 445,9 milhões de doses entregues no continente, das quais 334,7 milhões foram administradas, o que representa 72,8%, e temos 10,8% da nossa população completamente vacinada", disse John Nkengasong, durante a habitual conferência de imprensa semanal para dar conta do andamento da pandemia no continente.
"Em Marrocos há 62% de pessoas totalmente imunizadas, no Egito são 17%, na África do Sul 26% e na Argélia são 22%", apontou o responsável, notando que "face à meta de 70% no final de 2022", estão a ser feitos "progressos ao chegar aos 10%", mas é preciso "uma campanha massiva em todos os países".
Na conferência de imprensa, John Nkengasong disse que a variante Ómicron era preocupante pela sua alta transmissibilidade, mas considerou que a severidade da doença era menor do que aquela originada pela variante Delta.
"Segundo dados dos nossos colegas da África do Sul, a variante Ómicron é 70 a 80% menos severa que os casos da Delta, ainda que a transmissibilidade seja muito alta; ninguém que tenha recebido a vacina da Johnson & Johnson morreu de Ómicron, e isso é muito encorajador", afirmou.
Até agora, 22 países africanos reportaram a presença desta variante, o que representa um aumento de seis países desde a semana passada e que mostra que "claramente a Ómicron está a espalhar-se muito depressa", disse John Nkengasong.
Olhando para a evolução dos números da pandemia no continente, o diretor do África CDC disse que já houve 9,2 milhões de casos reportados desde o início da pandemia, que resultaram na morte de 226 mil pessoas, o que representa 4,2% do total mundial.
"Desde a última semana, foram registados 253 mil novos casos, o que representa um aumento de 21%, o número de mortes foi de 1.136, o que representa um aumento de 14% desde a semana anterior, quando foram registadas 976 mortes", apontou o responsável.
Olhando para as últimas quatro semanas, entre 22 de novembro e 19 de dezembro, houve um aumento de 82% dos novos casos, e uma subida de 3% no número de mortes, concluiu o diretor do África CDC.
A covid-19 provocou mais de 5,36 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse (AFP).
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como preocupante pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, em 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 89 países de todos os continentes, incluindo Portugal.
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