A ascensão da direita radical e da extrema-direita na Europa

O partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) foi o segundo mais votado nas eleições legislativas de domingo e vai liderar a oposição num dos maiores países da União Europeia (UE).

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© Antonio Masiello/Getty Images

Lusa
24/02/2025 12:52 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Alemanha

Na sequência do resultado recorde alcançado pela AdF, eis um resumo da ascensão da extrema-direita radical e nacionalista nos últimos anos na Europa, elaborado pela AFP.

 

No poder em Itália e na Hungria

Em Itália, Giorgia Meloni, cujo partido pós-fascista Fratelli d'Italia obteve uma vitória histórica nas eleições gerais de 2022, lidera o Governo desde outubro desse ano.

Meloni governa em coligação com outro partido de extrema-direita, a Liga de Matteo Salvini, e o partido conservador Forza Italia.

Foi a única líder europeia a assistir à posse do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 20 de janeiro.

Na Hungria, o ultraconservador Viktor Orbán, primeiro-ministro desde 2010, foi reeleito em abril de 2022 para um quarto mandato consecutivo, na sequência da vitória esmagadora do seu partido, o Fidesz, nas eleições legislativas.

A coligação no poder inclui o partido democrata-cristão KDNP.

Orbán prepara-se para disputar eleições gerais na primavera de 2026, desafiado por um antigo funcionário público que se rebelou, Peter Magyar, do partido Tisza.

Outros governos de coligação

Nos Países Baixos, o líder de extrema-direita Geert Wilders, cujo Partido da Liberdade (PVV) ficou em primeiro lugar nas eleições de novembro de 2023, assinou um acordo de coligação com três partidos de direita em maio de 2024.

Como resultado, foi forçado a abandonar as ambições de se tornar primeiro-ministro, com alguns partidos a ameaçarem retirar-se devido à sua notória posição anti-islâmica e eurocética.

O antigo chefe dos serviços secretos, Dick Schoof, tornou-se chefe do Governo.

Na Eslováquia, o primeiro-ministro nacionalista Robert Fico (partido Smer-SD) regressou ao poder em outubro de 2023.

Fico, um dos poucos dirigentes da UE próximos da Rússia, tal como Orbán, aliou-se ao partido centrista Hlas-SD e ao partido de extrema-direita SNS.

Na Finlândia, o Partido dos Finlandeses, de extrema-direita, ficou em segundo lugar nas legislativas de abril de 2023 e é membro da coligação governamental formada pelo conservador Petteri Orpo, cuja Coligação Nacional, de centro-direita, venceu as eleições.

Apoio sem participação na Suécia

Na Suécia, o partido de extrema-direita Democratas da Suécia (SD), que ficou em segundo lugar nas eleições gerais de 2022, não tem representantes no Governo, mas está estreitamente envolvido nas decisões do executivo.

O líder dos conservadores, Ulf Kristersson, tornou-se chefe de Governo ao formar um bloco maioritário com o apoio do SD, com base num programa de coligação que incluía uma forte redução da imigração.

Êxito eleitoral

Noutros países, a extrema-direita pareceu estar à beira do poder, mas ainda não o alcançou.

Depois da vitória histórica nas eleições de setembro de 2024, o Partido da Liberdade da Áustria (FPO), fundado por antigos nazis e agora liderado por Herbert Kickl, iniciou em janeiro negociações para formar governo com o conservador OVP.

As negociações fracassaram, sobretudo porque a extrema-direita queria virar o país numa direção eurocética, mas o OVP e o FPO já uniram forças para governar cinco das nove regiões da Áustria.

Em França, uma Frente Republicana formada para as eleições legislativas do verão de 2024 impediu o Rassemblement National (RN) de chegar ao poder.

Mas o partido de extrema-direita - cuja líder Marine Le Pen foi derrotada nas duas últimas eleições presidenciais - é atualmente o maior partido num parlamento suspenso.

Avanços

Na Alemanha, a AfD, apoiado pela equipa de Donald Trump, duplicou o resultado nas eleições legislativas de domingo para 20,8%, atrás dos democratas-cristãos liderados por Friedrich Merz.

Merz excluiu a possibilidade de se aliar ao partido nacionalista e anti-imigração para formar um governo de coligação.

Na Bélgica, durante a campanha para as eleições legislativas de junho de 2024, as sondagens previam a vitória do partido de extrema-direita Vlaams Belang (VB) na Flandres, a região mais populosa.

O N-VA, o partido do atual primeiro-ministro, Bart De Wever, acabou por manter a liderança.

Mas o VB aumentou os resultados tanto no parlamento flamengo (31 lugares em 124) como a nível federal, em cuja assembleia constitui o maior grupo da oposição, com 20 deputados.

Em Portugal, o partido de extrema-direita Chega reforçou o estatuto de terceira força política do país, passando de 12 para 50 deputados, com um resultado de 18,1% nas eleições legislativas de março de 2024.

Nas eleições gerais de julho de 2024 no Reino Unido, o partido anti-imigração Reform UK, de Nigel Farage, obteve cerca de 14% dos votos e entrou no Parlamento com cinco lugares.

As eleições permitiram ao Partido Trabalhista de Keir Starmer chegar ao poder após 14 anos de governos conservadores.

Leia Também: CDU necessita de SPD para governar e extrema-direita liderará oposição

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