"Os Estados Unidos, cúmplice ativo do genocídio israelita em Gaza, questionam a permanência na agenda do Conselho de um tema prioritário e histórico, como é a flagrante violação dos direitos humanos do povo palestiniano", afirmou.
Rodríguez reiterou a solidariedade de Cuba para com os palestinianos e denunciou as tentativas dos países ocidentais de transformar o Conselho de Direitos Humanos (CDH) "num repressor dos países que não se subordinam aos seus interesses".
O Presidente norte-americano, Donald Trump, decretou o fim da colaboração e a não-participação de Washington em alguns organismos da ONU, incluindo o CDH, de que já tinha retirado o país em 2018, no primeiro mandato (2017-2011).
O Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas iniciou hoje seis semanas de debates sobre crises e conflitos no mundo na sede em Genebra, Suíça.
O ministro dos Negócios Estrangeiros cubano manifestou-se alarmado com "o avanço das plataformas conservadoras e neofascistas" no mundo e disse que se registou "um retrocesso de décadas nos direitos fundamentais" nos países desenvolvidos.
Destacou em particular a igualdade das mulheres, os direitos sexuais e reprodutivos, e os direitos dos afrodescendentes, das minorias étnicas e dos migrantes.
"O direito à vida está em grave perigo", alertou Bruno Rodríguez, citado pela agência espanhola EFE.
Referiu também que "a Carta das Nações Unidas, o direito internacional e o multilateralismo estão a ser ameaçados, enquanto a coerção económica e a subversão política estão a ser impostas como métodos de relações internacionais".
Rodríguez apelou ao CDH da ONU para "defender mais fortemente uma ordem internacional justa e democrática que garanta a paz e o equilíbrio no mundo".
Em relação a Cuba, reafirmou que o governo norte-americano está a aplicar "uma política de máxima pressão" contra o país, "deteriorando o consumo, o rendimento e o nível de vida das famílias cubanas".
Aludiu ainda à divulgação de "inúmeras provas" de que Washington usa entidades como a USAID "para financiar organizações, meios de comunicação social, laboratórios de inteligência artificial e plataformas tecnológicas que usam a proteção dos direitos humanos como fachada".
"É um assunto sério e pertinente para este Conselho e para o seu mandato, pois demonstra a duplicidade de critérios e o oportunismo com que a questão dos direitos humanos tem sido usada para subverter governos soberanos", acrescentou.
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