A sentença foi acompanhada de uma proibição de entrada no território francês por 10 anos e de manutenção de detenção, segundo a decisão do tribunal de Brest (oeste).
A acusação tinha pedido dois anos de prisão e cinco anos de proibição de entrar em França.
"Não podemos aceitar indivíduos que apelam à violência mais grave.Não há qualquer ambiguidade quando (o arguido) diz: 'meu irmão, mata-os'", segundo o procurador Camille Miansoni.
Sujeito a uma obrigação de abandono do território francês a partir de abril, o arguido incorreu numa pena máxima de sete anos de prisão e numa multa de 100.000 euros.
No início de janeiro, três argelinos e uma franco-argelina foram detidos em França por terem publicado conteúdos de ódio online e apelado a atos violentos. Deste total, dois influenciadores deviam comparecer hoje em tribunal: Zazou Youssef em Brest e Doualemn em Montpellier (sul).
No caso de Doualemn, cujo nome verdadeiro é Boualem Naman, foi pedida hoje uma pena de prisão suspensa de seis meses por "provocação sem efeito para cometer um crime ou infração".
Zazou Youssef foi detido a 03 de janeiro, em Brest, na sequência de um alerta do Pharos, uma plataforma de denúncia de conteúdos ilegais na Internet, e foi posteriormente colocado em prisão preventiva.
Num vídeo publicado no TikTok, o influenciador, que tem 400 000 seguidores, fez alguns comentários em árabe com legendas em francês, apelando em particular à "utilização de armas no dia 01 de janeiro".
"Dou-vos o direito de matar", "matem-nos mesmo que sejam irmãos", "vamos fazer o que fazíamos nos anos 90, vamos dar-vos um tiro", "vamos violar-vos", declarou o acusado, de acordo com excertos do vídeo, difundidos na rede social X (antigo Twitter).
Youcef A. negou em tribunal que estivesse a incitar alguém a cometer atentados e afirmou que se dirigia ao exército argelino, na sequência de apelos a manifestações contra o governo argelino no TikTok.
"Muitas pessoas estavam a dizer: "Vamos mudar o governo, vamos fazer o que aconteceu na Síria", explicou o influenciador, dizendo que temia uma nova guerra civil na Argélia e "250 mil pessoas mortas" como na década de 1990.
"Eu não sou um terrorista. De onde venho, odiamos os terroristas porque (eles) mataram a minha família", acrescentou, entre soluços.
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