No início deste mês, a Rússia propôs à NATO a assinatura de um acordo de garantias de segurança que previna a adesão à organização de países provenientes da ex-União Soviética.
Moscovo fez esta proposta num ambiente de tensão sobre o aumento das tropas russas perto da fronteira da Ucrânia nas últimas semanas, o que alimentou o medo ocidental de uma possível invasão.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, avisou Putin, numa videochamada no início de dezembro, que a Rússia iria enfrentar "graves consequências" se atacasse a Ucrânia.
Por sua vez, a Rússia negou a intenção de lançar uma invasão e acusou a Ucrânia de traçar planos para tentar retomar o controlo dos territórios mantidos pelos rebeldes e apoiados por Moscovo, o que a Ucrânia rejeitou.
No sábado, mais de 10.000 soldados russos voltaram às suas bases após exercícios de um mês no sul da Rússia, especialmente perto da fronteira com a Ucrânia, numa escalada de tensão.
Putin exortou o Ocidente a agir rapidamente para atender às suas exigências, avisando que Moscovo terá de tomar "medidas técnico-militares adequadas" se o Ocidente continuar seu curso "agressivo" no "limiar" do país.
Instado a especificar qual seria a resposta de Moscovo, Putin afirmou, em declarações na televisão estatal russa, que "poderá ser diversa".
"Dependerá das propostas que os nossos especialistas militares me enviarem", acrescentou.
Os Estados Unidos e os seus aliados recusaram-se a oferecer à Rússia o tipo de garantia sobre a Ucrânia que Putin deseja, citando o princípio da NATO de que a adesão está aberta a qualquer país qualificado. Concordaram, no entanto, iniciar negociações sobre segurança com a Rússia no próximo mês para discutir as suas preocupações.
Putin adiantou que as negociações com os Estados Unidos terão lugar em Genebra. Paralelamente, também estão previstas negociações entre a Rússia e a NATO e são esperadas discussões mais amplas sob a égide da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa.
Nas suas declarações na televisão este domingo, Putin disse que a Rússia apresentou a sua proposta na esperança de uma resposta construtiva do Ocidente.
"Não o fizemos isso apenas para vê-lo bloqueado... mas com o propósito de chegar a um resultado diplomático negociado que seria fixado em documentos juridicamente vinculativos", acrescentou o líder russo.
A Rússia anexou a Península da Crimeia da Ucrânia em 2014 e logo depois deu seu apoio a uma rebelião separatista no leste do país. Ao longo de mais de sete anos, o conflito matou mais de 14.000 pessoas e devastou o coração industrial da Ucrânia, conhecido como Donbas.
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