Numa declaração transmitida pela televisão, o porta-voz militar dos rebeldes, Yahya Sarea, disse que as tropas do grupo xiita e o lançamento de projéteis dentro e fora do Iémen ao longo de 2021 causaram cerca de 10.000 mortes, principalmente entre os soldados leais ao governo iemenita, reconhecido internacionalmente, e os contingentes militares sauditas e sudaneses da coligação árabe.
O porta-voz militar não forneceu informações específicas sobre as possíveis vítimas ou danos causados pelas centenas de 'drones' e de mísseis que foram utilizados em ataques que tiveram como alvos preferenciais aeroportos, instalações militares ou infraestruturas petrolíferas, quase sempre perto da fronteira.
De acordo com Yahya Sarea, os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão, também lançaram 4.017 'drones' e 340 mísseis balísticos contra alvos inimigos no Iémen, e contabilizaram 7.100 ataques aéreos lançados pela coligação árabe, 5.200 dos quais em Sanaa, a capital iemenita controlada pelos xiitas desde 2014.
Em relação ao número de baixas atribuídas a este movimento rebelde, 9.892 eram soldados leais ao governo internacionalmente reconhecido, 160 eram operacionais sauditas que foram mortos em confrontos junto à fronteira e 233 eram "mercenários sudaneses" que apoiam o exército saudita na fronteira sul do país árabe, detalhou o representante.
Yahya Sarea não forneceu também números sobre os mortos ou feridos no seio dos Huthis, referindo apenas que as ações do seu movimento provocaram ferimentos a 14.869 iemenitas, 234 sauditas e 513 sudaneses.
Em 2021, a guerra no Iémen foi marcada pela retirada do apoio à coligação árabe pelo Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pela rejeição dos Huthis às propostas de paz da Arábia Saudita e pelo lançamento de uma ofensiva dos rebeldes contra a estratégica província de Marib, último bastião do governo no norte do país, desde fevereiro.
O conflito começou no final de 2014 com os Huthis a controlarem grandes áreas do país e agravou-se no ano seguinte com a intervenção da coligação árabe liderada por Riade em apoio ao governo internacionalmente reconhecido.
A ONU considera que esta guerra, que causou mais de 100 mil mortos, sobretudo civis, provocou a pior crise humanitária do mundo, estimando que mais de 24 milhões de pessoas, cerca de 80% da população do país, precisam de algum tipo de assistência.
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