"Tal como noutros países, também criaremos um exército nacional que terá os grupos necessários, como os comandos e as forças especiais", afirmou à agência noticiosa espanhola EFE o porta-voz do Governo de Cabul, Bilal Karimi.
As declarações do porta-voz visaram esclarecer relatos divulgados no país, atribuídos ao vice-ministro da Informação, Zabihullah Mujahid, sobre os supostos planos dos talibãs para treinar "homens-bomba" como parte das forças especiais do exército.
"A imprensa interpretou mal as palavras de Mujahid. O Emirado Islâmico [como o governo interino talibã se autodenomina] formará um exército nacional para servir o seu país e o povo do Afeganistão", disse, por seu lado, à EFE, o porta-voz do Ministério da Defesa afegão, Enayatullah Khwarzmi.
Desde que chegaram ao poder, após a rápida vitória sobre o exército de 300 mil homens do Governo afegão, os talibãs têm estado a trabalhar na criação das suas próprias forças armadas.
Quarta-feira, na rede social Twitter, o assessor do Ministério da Informação do Governo talibã, Tariq Ghazniwal, indicou que o Afeganistão tem pelo menos 81 aeronaves militares dos Estados Unidos que ficaram no país após a retirada das tropas norte-americanas.
A garantia da segurança e do controlo do 'jihadismo' foi uma das grandes apostas dos talibãs nos territórios em seu poder durante a guerra contra as forças do Governo deposto e as internacionais.
No entanto, desde que assumiu o poder, o grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) multiplicou os ataques, incluindo o efetuado ao aeroporto de Cabul, a 26 de agosto, que causou cerca de 170 mortes.
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