Falando para um grupo de jornalistas, Akar disse que a Turquia queria resolver disputas com a vizinha Grécia, membro da NATO (sigla em inglês da Organização do Tratado do Atlântico Norte), por via do diálogo e tornar o Mar Egeu no "mar da amizade", mas acusou Atenas de pressionar com ações, incluindo a presença de militares nas ilhas próximas da Turquia, violando os acordos internacionais.
"Eles (a Grécia) não devem calcular mal e pensar que é o momento certo (para estender as águas territoriais para) 12 milhas", disse Akar, acrescentando: "eles não nos devem testar de forma alguma e não devem embarcar em tal aventura. Espero que não cometam tal erro."
Grécia e a Turquia estão há muito envolvidos numa série de disputas, incluindo sobre direitos territoriais no Mar Egeu e direitos de exploração de energia no Mediterrâneo oriental.
As tensões aumentaram no verão de 2020 em relação aos direitos de perfuração exploratória no Mediterrâneo, onde a Grécia e Chipre reivindicam ter a sua zona económica exclusiva.
A Grécia mantém ser seu direito estender as suas águas territoriais das atuais seis para as 12 milhas náuticas ao redor das suas ilhas do mar Egeu, o que foi votado este mês no parlamento.
Por seu turno, a Turquia defende que a medida - que bloquearia o seu próprio acesso ao Egeu -- é motivo de guerra.
Atenas pediu recentemente à Turquia que revogue a decisão de considerar uma extensão das águas territoriais como causa de guerra, se quiser estabilizar os laços e instou Ancara a encerrar o que também chama de provocações no Egeu e no Mediterrâneo Oriental.
Em relação à NATO, aliança que a Turquia integra, o ministro da Defesa turco lamentou o que disse ser um embargo de armas "aberto ou encoberto" de alguns aliados a Ancara, considerando que se recusarem a vender armamento estão a "enfraquecer" a Aliança Atlântica.
Os Estados Unidos impuseram sanções a alguns oficiais turcos e expulsaram a Turquia do programa de caças F-35, liderado pelos EUA, depois de a Turquia ter comprado o avançado sistema de defesa antimísseis S-400 da Rússia, para garantir a segurança.
Em abril, o Canadá cancelou as licenças de exportação de tecnologia de 'drones' (aviões não tripulados) para a Turquia, depois de ter descoberto que o equipamento havia sido usado pelo aliado da Turquia, o Azerbaijão, no conflito com as forças arménias em Nagorno Karabakh, cinco meses antes.
Já em 2019, o Canadá se tinha juntado a países como a França, Reino Unido e Alemanha na suspensão das exportações de armas, depois de Ancara ter lançado uma operação na Síria contra combatentes curdos.
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