"Não. O que iríamos discutir com os americanos? Esse é um assunto que não nos preocupa", disse Riabkov à agência de notícias Interfax, referindo-se à situação no Cazaquistão.
O governante criticou as tentativas de Washington de ver "a mão de Moscovo" em todos os lugares, numa alusão ao envio de tropas russas de manutenção de paz para aquele país da Ásia central para conter os distúrbios antigovernamentais.
Sergei Riabkov denunciou ainda a ingerência no Cazaquistão onde, segundo Moscovo, terá havido lugar a uma coordenação exterior de ações terroristas e criminais, que resultou numa "influência negativa" na ordem pública daquele país.
Uma das garantias de segurança que Moscovo exige da NATO é que renuncie a toda a atividade militar na Europa Oriental, no Cáucaso e Ásia Central e que desista de tentar admitir na Aliança ex-repúblicas soviéticas, nomeadamente a Ucrânia e a Geórgia.
Um contingente de tropas da Rússia e outros aliados de Moscovo chegou ao Cazaquistão na quinta-feira para apoiar o Governo, protegendo edifícios estratégicos e apoiando a aplicação da lei, devido à onda de protestos que assolaram o país após uma subida do preço do gás.
Delegações dos Estados Unidos e da Rússia iniciam hoje em Genebra dois dias de reuniões para debater as questões da Ucrânia e do controlo do armamento nuclear.
A tensão entre a Rússia e a Ucrânia vai continuar a marcar a agenda dos próximos dias: na segunda-feira, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, reúne-se com o chefe da diplomacia da Ucrânia, Dmytro Kuleba, antes de uma reunião da Comissão Ucrânia-Aliança Atlântica, e para terça-feira está prevista uma reunião Rússia-NATO.
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