"O lançamento do [gasoduto] dará um importante contributo para a segurança energética de toda a União Europeia (UE). O procedimento para a sua certificação pelos reguladores alemães e pela Comissão Europeia não deve ser artificialmente adiado ou politizado", afirmou em comunicado o Ministério das Relações Exteriores russo.
O processo "deve ser realizado estritamente de acordo com os regulamentos em vigor, que pretendemos cumprir plenamente", disse a diplomacia russa num longo comentário, um dia antes da primeira visita de Baerbock à Rússia, onde se reunirá terça-feira com o seu homólogo, Sergei Lavrov.
A agência responsável pela certificação do gasolduto na Alemanha suspendeu provisoriamente o processo em novembro até que a Nord Stream 2 AG -- sociedade com sede na Suíça, mas controlada pela gigante russa Gazprom -- crie uma subsidiária ao abrigo da legislação alemã, para gerir a secção alemã do gasoduto como operador independente.
Baerbock disse hoje, durante uma visita a Kiev, onde se reuniu com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Dmitro Kuleba, que "hoje este projeto não cumpre integralmente a legislação da UE, pelo que a certificação foi suspensa".
"Há também consequências geoestratégicas deste projeto", disse, referindo-se ao acordo alcançado no ano passado pelos EUA e pela Alemanha, em que Berlim aceita promover a aprovação de sanções contra a Rússia no âmbito da UE, caso Moscovo tente "usar a energia como arma" ou cometa "novos atos agressivos contra a Ucrânia".
O gasoduto, ao qual a Ucrânia se opõe, está pronto para transportar gás russo diretamente para a Alemanha e se não entrar em funcionamento representará uma perda significativa para a Rússia.
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