"Neste particular, não seria já tempo de Cabo Verde, perto de 30 anos depois, voltar a pleitear por um mandato como membro não permanente do Conselho de Segurança? Seria uma forma de aumentar a visibilidade externa do país, o seu prestígio e utilidade na arena internacional", disse José Maria Neves, no discurso de abertura da Conferência Anual de Política Externa.
Organizada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional de Cabo Verde, a conferência decorre na Praia até terça-feira, em formato híbrido, com intervenções de vários convidados nacionais e internacionais, como o presidente da Aliança Global para as Vacinas (GAVI), José Manuel Durão Barroso, ou o subsecretário-geral da ONU e Alto Representante para os Países Menos Avançados, Encravados e Pequenos Estados insulares em Desenvolvimento (HRLLS), Courtenay Ratray, sob o lema "Desafios da diplomacia cabo-verdiana face à Pandemia da covid-19".
Na abertura, o chefe de Estado enfatizou que uma "importância particular deve continuar a ser dispensada à revitalização" da Organização das Nações Unidas (ONU), "designadamente, no que à reforma do Conselho de Segurança diz respeito".
"Essa revitalização passa pela necessidade de uma reforma do Conselho de Segurança, que possa conferir uma maior abrangência dos Estados-membros na tomada de decisões atinentes à paz e segurança internacionais", defendeu.
"É chegada a hora de o Conselho de Segurança ser mais representativo e alargado, reservando a África o direito a assentos permanentes. O nosso continente dispõe de recursos, talentos e imaginação para ser um dos mais importantes atores políticos e económicos deste século 21", afirmou o Presidente cabo-verdiano.
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