O Papa "decidiu enviar uma contribuição de 100.000 euros para ajudar grupos de imigrantes retidos entre a Polónia e a Bielorrússia e para que a [organização humanitária católica] Caritas Polónia consiga lidar com a crise migratória na fronteira entre os dois países", avançou em comunicado o dicastério (ministério) para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral.
Milhares de iraquianos, sírios e iemenitas, entre outras nacionalidades, estão concentrados nas fronteiras entre a Bielorrússia e a Polónia, Lituânia e Letónia - membros da União Europeia - desde agosto, quando o regime do Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, liberalizou o regime de vistos para vários países do Médio Oriente.
Os países europeus têm respondido com um reforço da proteção das fronteiras e com a expulsão daqueles que conseguem passar, o que deixou muitas pessoas presas em 'terra de ninguém', já que o exército bielorrusso os continua a "empurrar" para a Europa.
Embora não haja um número definitivo de quantos migrantes estão nesta situação -- muitos deles a viver nas florestas da região, sob temperaturas negativas e sem alimentação ou roupa quente -, fontes do Governo da região autónoma curda do Iraque avançaram, em novembro, que 7.000 a 8.000 curdos estavam entre os migrantes retidos nas fronteiras europeias.
O Papa decidiu por outro lado doar também 100.000 euros para as vítimas do tufão Rai, "que atingiu as Filipinas com extraordinária força, afetando, segundo fontes da ONU, cerca de 8 milhões de pessoas em 11 regiões e causando enormes danos materiais", segundo o dicastério.
Francisco decidiu enviar "uma primeira contribuição nesta fase da emergência para ajudar a população", acrescentou a mesma fonte, referindo que "esta quantia de dinheiro será enviada à Igreja local e distribuída, em colaboração com a nunciatura apostólica das Filipinas, às dioceses mais afetadas pela calamidade para ser usada em obras de socorro".
Mais de 400 pessoas morreram e 1.100 ficaram feridas pela passagem do Rai pelas Filipinas, em dezembro.
O tufão, que provocou rajadas de vento de até 240 quilómetros por hora, obrigou também a que mais de 500.000 pessoas fossem deslocadas das suas casas, num total de 4,4 milhões de pessoas afetadas de alguma forma.
A contribuição do Papa "faz parte da ajuda que está a ser ativada em toda a Igreja Católica e que envolve, além de várias conferências episcopais, inúmeras organizações de caridade", concluiu o dicastério.
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