"Perante uma catástrofe humanitária sem precedentes, o país precisa que todo o seu povo se una. Em vez disso, a negação dos direitos humanos de mulheres e meninas prejudica fortemente a economia e o país como um todo", disse Michelle Bachelet durante uma videoconferência com o Conselho de Segurança, reunido por iniciativa da Noruega para um debate ministerial sobre a violência contra as mulheres.
"Peço a todos os Estados que usem a sua influência com os talibãs para incentivar o respeito pelos direitos humanos fundamentais", acrescentou Michelle Bachelet.
A alta-comissária pediu ainda à comunidade internacional que "crie vias seguras e programas de reassentamento para as mulheres afegãs defensoras dos direitos humanos, e acabem imediatamente com a deportação de mulheres afegãs que procuram proteção".
Desde agosto de 2021 e o regresso ao poder dos talibãs, "muitas mulheres afegãs defensoras dos direitos humanos, jornalistas, advogadas e juízas foram forçadas a fugir ou a esconderem-se - muitas vezes após repetidas ameaças. Muitas perderam todas as suas fontes de rendimento", recordou.
Com a aproximação da renovação da missão política da ONU presente no Afeganistão (Manua), prevista para meados de março, Michelle Bachelet exigiu que o seu futuro mandato inclua uma componente importante dedicada à proteção dos direitos humanos.
Numa intervenção a seguir à de Bachelet, Zarqa Yaftali, diretora da organização não-governamental Woman and Children Legal Research Foundation, disse ser chegada a hora de o Conselho de Segurança quebrar o silêncio sobre os milhões de afegãos privados de direitos.
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