"Este declínio assinala o fim do surto mais curto no continente, que durou 56 dias", revelou o gabinete regional de África da OMS em Brazaville num comunicado após a conferência de imprensa semanal do organismo.
"O número de novos casos registados diminuiu 20% numa semana até 16 de Janeiro, enquanto o número de mortes diminuiu 8%", anunciou a organização da ONU.
A OMS África acrescentou que a África do Sul, onde a variante ómicron foi sequenciada pela primeira vez, registou uma tendência decrescente durante as últimas quatro semanas.
Apenas a região do Norte de África registou um aumento de casos na semana passada, com um pico de 55%, acrescenta a declaração.
Apesar desta tendência, "enquanto o vírus continuar a circular, são inevitáveis novas vagas futuras", sublinhou Matshidiso Moeti, diretora da OMS para África, na conferência de imprensa.
O continente "deve, não só, generalizar a vacinação, mas também alcançar um acesso alargado e equitativo aos tratamentos essenciais" da covid-19, acrescentou a responsável.
As taxas de vacinação permanecem baixas em África. De acordo com a OMS, apenas 10% da população está totalmente vacinada.
De acordo com os dados anunciados hoje pelo Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), o continente ultrapassou na última semana os 10,4 milhões de casos de covid-19, resultando em 235 mil mortes.
"O total de casos chegou a 10,4 milhões nos 55 Estados-membros da União Africana, resultando infelizmente em 235 mil mortes desde o início da pandemia de covid-19", anunciou hoje John Nkengasong, diretor do África CDC, na habitual conferência de imprensa semanal, difundida a partir de Adis Abeba.
Analisando a tendência da última semana, em comparação com a anterior, o responsável afirmou que há 46 países na quarta vaga, e já oito na quinta vaga, incluindo a Guiné-Bissau, juntamente com o Quénia, Somália e Tunísia, entre outros.
"Comparando a semana entre 10 e 16 de janeiro com a de 3 a 9 de janeiro, houve um total de 249.943 novos casos, o que representa uma descida de 20%", disse Nkengasong, vincando que em termos de número de mortes, houve um aumento médio de 4% neste período, totalizando 2.791 novas mortes, que compara com as 2.688 mortes na semana anterior.
A variante Ómicron, afirmou John Nkengasong, já foi registada em 40 países so continente, concluiu.
A covid-19 provocou 5.553.124 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência de notícias France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral e, desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta em novembro, tornou-se dominante em vários países.
Leia Também: Moçambique é o 3.º país africano que mais administra vacinas, diz CDC