Numa conferência de imprensa, a capitã Jo-Ann Burdian, responsável da Guarda Costeira dos Estados Unidos, sublinhou que a prioridade das operações é encontrar mais sobreviventes, depois do único que conseguiu ser resgatado com vida no naufrágio da noite de sábado na sequência de uma tempestade nas Bahamas.
O alerta para a Guarda Costeira foi dado na terça-feira após o homem, que estava agarrado ao barco a 72 quilómetros a leste de Fort Pierc, ter sido resgatado, divulgou a agência de segurança marítima através da rede social Twitter.
O sobrevivente revelou que estava num grupo com outras 39 pessoas que partiram da ilha de Bimini, nas Bahamas, na noite de sábado, e que se virou devido ao mau tempo.
O sobrevivente, que contou que nenhum dos ocupantes estava a utilizar coletes salva-vidas, foi, depois, transportado para um hospital com sintomas de desidratação e exposição ao sol.
Burdian não avançou mais pormenores sobre o sobrevivente, limitando-se a indicar que está sob a alçada do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos.
"É terrível. Quanto mais tempo permanecerem na água, expostos ao ambiente marítimo, a cada momento que passa, torna-se muito mais terrível e mais improvável" que sejam encontrados sobreviventes, afirmou Burdian.
As equipas de socorro fizeram buscas durante o dia e a noite, extrapolando de onde os destroços foram encontrados, a cerca de 64 quilómetros de Fort Pierce, na Flórida.
Hoje de manhã, as tripulações de pelo menos quatro navios e cinco aviões de reconhecimento examinaram uma vasta área de 218 quilómetros que se estende de Bimini até Fort Pierce, abrangendo as águas do Haiti, República Dominicana, Cuba e Bahamas.
"Estamos a utilizar todas as informações que conseguimos obter para podermos continuar as buscas. Mas não poderemos continuar a procurar para sempre", frisou a responsável da Guarda Costeira norte-americana, adiantando, porém, que as buscas continuaram ao longo do dia.
Segundo a Guarda Costeira, este é um caso suspeito de tráfico de pessoas, uma vez que os migrantes há muito que usam as ilhas das Bahamas como forma de chegar à Florida e aos Estados Unidos.
Normalmente procuram aproveitar a acalmia do tempo para fazer a travessia, mas as embarcações costumam estar perigosamente sobrecarregadas e propensas a virarem, sendo que ao longo dos anos se registaram milhares de mortes.
Na sua maioria, os migrantes são do Haiti e de Cuba, mas as autoridades das Bahamas apontaram que, no início do mês, também detiveram pessoas de outros países latino-americanos, como da Colômbia ou Equador.
Sexta-feira passada, a Guarda Costeira norte-americana encontrou 88 haitianos numa embarcação sobrecarregada a oeste de Great Inagua, nas Bahamas.
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