A missão militar europeia de combate ao terrorismo islâmico vai apresentar um novo plano de ação daqui a duas semanas, depois da Dinamarca confirmar a retirada de tropas da região.
À agência Reuters, a ministra da Defesa da Dinamarca, Trine Bramsen, diz que o desejo do Mali de quebrar a aliança "traz consequências".
"O trabalho já começou e estará completo dentro de 14 dias, e os países vão decidir em conjunto como será o futuro do contraterrorismo na região do Sahel", disse Bramsen, numa conferência virtual.
No início da semana, o Mali exigiu à Dinamarca que retirasse as suas tropas do país, alegando que o destacamento de tropas ocorreu fora do protocolo de combate ao terrorismo islâmico entre o Mali e 16 países europeus, uma força especial antiterrorista denominada Tabuka.
A França, outro país com uma presença forte na região, pediu ao Mali que reconsiderasse a sua decisão, sem sucesso.
A posição ríspida do Mali surge depois da União Europeia e organizações africanas terem sancionado o Mali por não realizar eleições livres, depois de dois golpes militares seguidos - o primeiro em agosto de 2020 e o segundo em maio de 2021.
Além disso, os países que apoiam os esforços antiterroristas do Mali denunciam a contratação de tropas privadas da empresa russa Wagner, que tem operado em vários países africanos para assegurar interesses privados - o mesmo grupo russo que tem lutado pela manutenção de explorações de gás natural em Cabo Delgado, em Moçambique.
O grupo Wagner também é suspeito de servir os interesses russos no continente africano, ao operar em países como o Congo, Angola, Zimbabué, entre outros, "oferecendo" serviços de segurança em explorações de matérias-primas.
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