"A visita pode abrir um novo capítulo nas relações" entre os dois países, disse Erdogan no decurso de uma conferência de imprensa em Ancara, acrescentando estar "preparado para tomar medidas em todas as áreas, incluindo no gás natural", de que Israel é exportador.
Apesar de a Turquia ser ter mantido tradicionalmente como um aliado de Israel, os dois países entraram numa fase de tensas relações na sequência do ataque israelita em 2010 ao navio "Mavi Mármara" em águas internacionais nas proximidades de Faixa de Gaza, no qual foram mortos dez ativistas turcos.
Após anos de negociações, os embaixadores regressaram aos seus postos em 2016, mas em 2018, na sequência dos protestos que se seguiram ao reconhecimento pelos Estados Unidos de Jerusalém como capital israelita, a Turquia voltou a expulsar o representante diplomático do Estado judaico.
Apesar da ausência de representação diplomática foram mantidas as relações comerciais entre os dois países, que registaram inclusive um acréscimo.
Nos últimos meses, a Turquia tem direcionado a sua política externa no sentido de retomar as relações com diversos países da região com quem mantinha graves contenciosos, como o Egito ou a Arménia.
A aproximação a Israel inscreve-se na redução das tensões no Mediterrâneo oriental, onde a Grécia, Chipre, Israel e o Egito optaram por uma aproximação e decidiram contrariar as pretensões turcas de efetuar prospeções e detetar jazidas de gás natural numa zona reivindicada por Atenas, para além de projetarem um possível gasoduto entre Israel e a Grécia.
Em janeiro, Erdogan assinalou que a retirada do apoio dos Estados Unidos a este projeto constituía um fator que permitia facilitar a aproximação entre a Turquia e Israel para projetar um gasoduto através de território turco.
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