"Neste momento, não estamos a falar da instalação de infraestruturas militares russas na Nicarágua", refere o embaixador russo na Nicarágua, Alexandr Jojolikov, em declarações à agência noticiosa Interfax, citado pela Efe.
Alexandr Jojolikov admitiu que Nicarágua pode vir a receber navios e aviões russos "legalmente" "no seu território", explicando que os dois países podem tomar "decisões adicionais que responderão aos seus interesses", estabelecendo uma "parceria estratégica" que pode prever uma maior cooperação militar e técnica para assegurar as capacidades de defesa do exército nicaraguense.
"Isto significa que desenvolvemos relações multidisciplinares, inclusive no campo militar. Hoje existe uma base jurídica sólida que inclui cerca de uma dúzia de acordos bilaterais entre estruturas militares", explicou o diplomata.
Segundo Alexandr Jojolikov, a Nicaráugua pode receber soldados russos para efetuarem manobras militares conjuntas ou para auxílio na luta contra o tráfico de droga e o crime organizado.
A Rússia e a Nicarágua mantêm relações estreitas, sendo exemplo disso, refere a Efe, o reconhecimento por aquele país da América Central da independência das regiões separatistas da Abcásia e da Ossétia do Sul, após a vitória da Rússia na guerra de 2008 com a Geórgia sobre o controlo deste último território.
Em janeiro, em resposta à pergunta de um jornalista, o vice-ministro dos negócios estrangeiros e negociador principal da Rússia com os EUA, Sergey Riabkov, não excluiu, nem confirmou, uma eventual implantação de infraestruturas militares russas em Cuba e na Venezuela.
No final do mesmo mês, Lavrov assegurou durante um discurso no Parlamento que Moscovo iria reforçar a sua cooperação estratégica "em todas as esferas" com Cuba, Venezuela e Nicarágua.
"Quanto a Cuba, Nicarágua e Venezuela, temos relações muito estreitas e cooperação estratégica em todas as esferas: na economia, cultura, educação e cooperação técnico-militar", afirmou.
Lavrov observou que durante as recentes conversações telefónicas com os líderes dos três países, o Presidente russo, Vladimir Putin, concordou em reforçar ainda mais os laços bilaterais.
No entanto, o Kremlin negou que Putin e o líder cubano Miguel Díaz-Canel tenham discutido o aumento da cooperação militar e o estabelecimento de bases russas na ilha.
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