Os feridos são três jornalistas, um técnico de apoio à emissão e um administrador da Leste FM, sucursal da Capital FM, em Gabú, no leste da Guiné-Bissau.
Segundo fontes da rádio Capital FM, os ferimentos resultaram da tentativa daqueles elementos em fugir do local na altura em que homens armados encapuzados entraram nas instalações e começaram a destruir os equipamentos a tiro.
"A rádio funciona num edifício de um piso, os colegas, em pânico, saltaram para fugir. Um colega partiu um braço", disse à Lusa um dirigente da Capital FM.
Vários elementos das autoridades, nomeadamente a Polícia Judiciária, da Polícia de Intervenção Rápida (PIR), dos Serviços de Informação de Estado (SIS, 'a secreta' guineense) e da Polícia Militar, encontram-se nas instalações da Capital FM, situadas na avenida da Nigéria, no Bairro Militar, em Bissau, onde procedem a averiguações sobre o sucedido.
"Todas as nossas três câmaras de vigilância, computadores, mesas de som, gravadores, microfones, documentação administrativa, foram vandalizados a tiros de armas de guerra", explicou um jornalista da estação, que pediu para não ser identificado.
A rádio Capital FM, criada pelo jornalista Lassana Cassamá, também correspondente da Voz de América na Guiné-Bissau, foi vandalizada no dia 26 de julho de 2020, também na altura por "homens armados encapuzados".
"Até hoje estamos à espera para saber, junto das autoridades, quem foram os autores daquele ato", disse uma fonte da direção da estação.
Na altura, a Liga Guineense dos Direitos Humanos denunciou o ataque à rádio, considerada crítica do regime na Guiné-Bissau, como "um ataque à liberdade de imprensa", levado a cabo por pessoas que "querem instalar a prepotência e o caos na Guiné-Bissau".
O ataque à rádio acontece quase uma semana depois de uma tentativa de golpe de Estado no país.
Leia Também: Guiné-Bissau. Rádio Capital atacada por grupo de homens armados