No cargo desde março de 2017, o ex-chefe da diplomacia alemã foi escolhido por grande maioria por um colégio eleitoral especialmente constituído, reunindo deputados nacionais, um grande número de eleitos locais, ex-dirigentes alemães, bem como algumas personalidades da sociedade civil.
"A minha responsabilidade é para com todos os que vivem no nosso país. É verdade que sou apartidário, mas não sou neutro quando se trata da causa da democracia. Quem lutar pela democracia ter-me-á do seu lado. Quem a atacar, ter-me-á como um oponente", disse Steinmeier no discurso de aceitação.
Steinmeier abordou na sua intervenção a situação tensa que se vive na Ucrânia e considerou que a Rússia é a responsável pelo risco de "guerra" na Europa.
"Estamos no meio de um risco de conflito militar, de uma guerra na Europa Oriental e é a Rússia que tem essa responsabilidade", frisou.
"A paz não pode ser dada como certa, deve ser trabalhada repetidamente, com diálogo, mas se necessário também com clareza, com dissuasão", acrescentou.
O reeleito Presidente alemão enviou na ocasião uma mensagem direta ao seu homólogo russo, Vladimir Putin: "Não subestime a força da democracia".
A mensagem de Steinmeier foi feita a dias das visitas que o chanceler alemão Olaf Scholz fará na próxima semana a Kiev e a Moscovo, como parte dos esforços diplomáticos para impedir uma invasão da Ucrânia pela Rússia.
O discurso de Steinmeier vem na sequência do apelo feito pelo Governo alemão aos cidadãos alemães que se encontram em território ucraniano, aos quais recomendou este sábado a saída do país.
O Ministério das Relações Exteriores da Alemanha divulgou um comunicado no qual assegura que "as tensões entre a Rússia e a Ucrânia aumentaram nos últimos dias devido à forte presença e movimentos de unidades militares russas perto das fronteiras ucranianas. Não se pode descartar um conflito militar".
Antes de ter saído eleito em 2017, Steinmeier, de 66 anos, serviu duas vezes como ministro das Relações Exteriores da chanceler Angela Merkel e anteriormente foi chefe de gabinete do chanceler Gerhard Schroeder.
O Presidente da Alemanha tem pouco poder executivo, mas é considerado uma importante autoridade moral. Depois de um resultado confuso nas eleições parlamentares de 2017, Steinmeier ajudou os políticos a formar um novo governo de coligação em vez de optar por uma nova consulta ao eleitorado.
Leia Também: Scholz: Sanções seriam imediatas contra a Rússia em caso de invasão