Ucrânia. NATO volta a exortar Rússia a escolher o caminho da diplomacia

O secretário-geral da NATO voltou hoje a exortar Moscovo a "escolher o caminho da diplomacia" para superar a crise com a Ucrânia, reiterando que a Aliança Atlântica continua "pronta a encetar um diálogo significativo com a Rússia".

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Lusa
14/02/2022 17:41 ‧ 14/02/2022 por Lusa

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Numa declaração à imprensa após receber o Presidente da Colômbia, Ivan Duque, Jens Stoltenberg apontou que um dos assuntos discutidos foi, naturalmente, "a concentração injustificada e maciça de meios militares russos" nas fronteiras com a Ucrânia e voltou a apelar à via do diálogo.

"A melhor maneira de a Rússia demonstrar a sua disponibilidade para encontrar uma solução pacífica é inverter a escalada, remover as forças que agora ameaçam a Ucrânia e escolher o caminho da diplomacia", declarou.

Stoltenberg revelou que também abordou com o chefe de Estado colombiano "o aprofundamento da cooperação entre Rússia e China, incluindo o seu apoio ao regime repressivo na Venezuela", saudando a parceria forte entre a Aliança Atlântica e a Colômbia, comentando que "as parcerias da NATO" são uma parte essencial do trabalho "para fazer face aos desafios de segurança globais" e defender "as regras baseadas na ordem internacional", que "está hoje sob pressão".

"Concordámos que todas as partes devem desempenhar um papel construtivo para a estabilidade e paz regional", disse, numa declaração sem direito a perguntas.

Por seu lado, Ivan Duque defendeu igualmente que "todos os países do mundo devem ser livres de exercer a sua soberania e decidir se querem juntar-se à NATO", e "nenhuma nação pode, pela força, coagir um país" a não fazê-lo.

Recordando que, em 2014, a Colômbia apoiou a resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas a condenar a anexação da Crimeia pela Rússia, Duque reiterou o "apoio total à integridade territorial ucraniana".

Numa altura em que se intensificam os receios de um conflito armado, sobretudo à luz do alerta dos Estados Unidos da América (EUA) de que um ataque russo pode acontecer "a qualquer momento", o Governo russo disse hoje que há ainda uma "oportunidade" de resolver a crise na Ucrânia através de canais diplomáticos, numa altura em que os países ocidentais temem que as tensões possam escalar para um conflito armado.

As oportunidades de diálogo "não estão esgotadas, (mas) não devem durar indefinidamente", disse o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, acrescentando que Moscovo está "pronto para ouvir contrapropostas sérias".

O chefe da diplomacia russa referiu que os EUA se mostraram disponíveis para um diálogo sobre limites para instalação de mísseis na Europa, restrições a exercícios militares e outras medidas de confiança.

Lavrov sinalizou assim a intenção do Kremlin de permanecer na via diplomática, embora os Estados Unidos tenham avisado que Moscovo poderia invadir a Ucrânia a qualquer momento.

Moscovo nega qualquer intenção bélica, mas associa uma desescalada a uma série de exigências com as quais quer que os ocidentais se comprometam.

A principal reivindicação da Rússia são garantias do Ocidente de que a NATO não permitirá que a Ucrânia e outras ex-repúblicas soviéticas se juntem como membros, e que a Aliança irá suspender o envio de armas para a Ucrânia e retirar as suas forças da Europa de Leste.

Embora a NATO se recuse a fechar a porta à Ucrânia, a aliança também não tem intenção de avançar com a integração deste ou outro país da ex-União Soviética tão cedo. Alguns analistas lançaram ideias como uma moratória sobre a expansão da NATO ou um estatuto neutro para a Ucrânia para desanuviar as tensões.

Realizaram-se várias rondas de conversações de dirigentes dos países ocidentais com a Ucrânia e com a Rússia nas últimas semanas, mas não conduziram a um compromisso.

Leia Também: Ucrânia. Stoltenberg e Johnson advertem para "momento muito perigoso"

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