Operação bandeira falsa? Possível estratégia russa para justificar ataque
A escalada do conflito mantém-se e a estratégia russa pode passar por "operações de bandeira falsa".
© Getty Images
Mundo Ucrânia
Apesar de o Kremlin ter afirmado que iria retirar parte das tropas russas de perto da fronteira com a Ucrânia, essa intenção não se traduziu em ações, segundo afirmou hoje o presidente americano Joe Biden. A escalada do conflito mantém-se (e agrava-se) e a estratégia russa pode passar por "operações de bandeira falsa".
Mas o que é uma "operação de bandeira falsa"? Esta é uma expressão usada no mundo militar que remonta ao século XVI. Consiste numa estratégia usada para originar uma reação e legitimar um ataque.
Explicando de uma forma simples, os militares de um país lançam ataques com a bandeira de outro de forma a desencadear uma reação. Desta forma, com esta estratégia, a Rússia pode justificar um possível ataque à Ucrânia.
Joe Biden, presidente dos EUA, e Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO, já denunciaram esta possível estratégia.
O presidente dos EUA assumiu esta quinta-feira ter "razões para acreditar que [os russos] estão envolvidos numa operação de bandeira falsa para terem uma desculpa para entrar", disse.
Já Stoltenberg afirma que a NATO viu tentativas de operação de bandeira falsa por parte da Rússia.
"Estamos preocupados que a Rússia esteja a tentar encenar um pretexto para um ataque armado contra a Ucrânia", disse Stoltenberg numa conferência de imprensa acrescentando que as intenções russas não são claras.
O alerta de Stoltenberg surgiu após relatos de aumento da violência na região de Donbass, na Ucrânia, onde Kiev luta há anos contra separatistas apoiados pela Rússia.
Também o primeiro-ministro britânico Boris Johnson acredita nesta estratégia e defende que os bombardeamentos, já confirmados, que atingiram um jardim de infância em Luhansk, Ucrânia, foram operações de bandeira falsa para "desacreditar os ucranianos".
O conflito não envolve apenas a Rússia e a Ucrânia, apesar de estas serem as figuras principais. Recorde-se que o Ocidente acusa a Rússia de ter concentrado mais de 100.000 tropas nas fronteiras da Ucrânia para invadir novamente o país vizinho, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.
A Rússia nega qualquer intenção bélica, mas exige que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) retire as suas infraestruturas militares do leste da Europa. Moscovo exige também o fim da política de alargamento da NATO aos países do leste da Europa que fizeram parte da União Soviética (1922-1991), como a Ucrânia e a Geórgia.
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