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Lukashenko visita Moscovo para discutir presença russa na Bielorrússia

O presidente bielorrusso mostrou disponibilidade para acolher armas nucleares.

Lukashenko visita Moscovo para discutir presença russa na Bielorrússia

O presidente e ditador bielorrusso Alexander Lukashenko está de visita a Moscovo, esta sexta-feira, para discutir com o homólogo russo Vladimir Putin a presença de tropas russas no seu território.

Na Bielorrússia, continuam preparadas dezenas de milhares de tropas russas junto à fronteira com a Ucrânia, apesar de Putin ter dito que a desmobilização militar já tinha começado.

Segundo a Reuters, o acordo atualmente em vigor prevê que o exército russo fique na Bielorrússia até domingo para fazer exercícios militares, mas o Ocidente mantém a crença que os militares no país poderão juntar-se numa possível invasão na Ucrânia e flanquear os ucranianos do lado oeste.

E Lukashenko não se demonstra preocupado pela permanência de tropas russas. O ditador, que tem contado com o apoio de Putin para oprimir quaisquer tentativas de dissidência e revolta no seu país, mostrou-se disponível para que as tropas de Moscovo continuem na Bielorrússia e até disse que podia acolher armas nucleares.

"Se tomarmos uma decisão, retiraremos as tropas em 24 horas. Se decidirmos que ficam um mês, elas ficam um mês. As forças armadas ficarão o tempo que precisarem", disse Lukashenko à agência estatal bielorrussa, citada pela Reuters.

As autoridades da NATO afirmam que estarão cerca de 45 mil soldados russos na Bielorrússia.

Desde 2020 que Minsk demonstra uma maior abertura ao apoio de Moscovo. Nesse ano, depois da reeleição de Lukashenko ter ficado envolta em dúvidas sobre a legitimidade do sufrágio, e com enormes protestos a encherem as ruas do país, o presidente encontrou em Putin um aliado valioso para o apoiar a segurar o poder.

Sviatlana Tsikhanouskaya, a líder exilada da oposição bielorrussa exilada - e considerada por várias organizações de monitorização de eleições como a legítima vencedora das eleições de 2020 - acusou no Twitter o regime de Lukashenko de "abandonar o seu dever de preservar a soberania e a independência da nação".

No início de fevereiro, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, disse que a mobilização de tropas russas na Bielorrússia era a maior desde o final da Guerra Fria - o país tornou-se independente da União Soviética em 1990.

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