"Vimos os relatórios. Estamos a investigar", disse o responsável pela comunicação das Forças Armadas nigerianas, general Ohwonigho Jimmy Akpor, em declarações à agência France-Presse, sem acrescentar pormenores.
O governador da região de Maradi, no sul do Níger, junto à fronteira com a Nigéria, disse na passada sexta-feira que um "erro de ataques nigerianos" tinha causado baixas entre civis na aldeia de Nachade.
"As vítimas são 12 crianças, sete das quais morreram, e cinco ficaram feridas", informou o governador, Chaïbou Aboubacar, segundo o qual o ataque devia visar "bandidos armados" que percorrem as zonas fronteiriças.
A Nigéria não confirmou nem negou ter lançado um ataque aéreo na área.
Os Médicos Sem Fronteiras (MSF), que dão apoio ao hospital de Madarounfa, próximo da zona do ataque, reportaram um balanço diferente do governador local: quatro crianças mortas e oito adultos.
Numa declaração emitida no domingo, a organização não-governametal afirmou ainda ter tratado sete crianças feridas.
"Uma destas crianças morreu pouco depois de ter chegado ao hospital distrital de Madarounfa. Duas outras morreram depois de terem sido transferidos para o hospital regional em Maradi. Uma quarta criança, com 20 meses de idade, morreu no bombardeamento, segundo os sobreviventes", disse MSF.
"Acredita-se que seis outras pessoas, todas adultas, morreram no local do atentado, e outras duas após terem sido transferidas para o hospital de Maradi", informou a MSF.
O noroeste da Nigéria é há vários anos um palco onde bandos criminosos, conhecidos localmente como "bandidos", aterrorizam comunidades, tendo até à data forçado quase 70.000 pessoas, de acordo com as Nações Unidas, a fugir para o Níger.
Várias comunas na região de Maradi, onde se localiza a segunda maior cidade do Níger, com o mesmo nome da região, foram severamente afetadas pela violência de bandos fortemente armados provenientes dos estados federais nigerianos vizinhos de Katsina, Sokoto e Zamfara.
Em 2018, o Governo nigerino aumentou as patrulhas militares ao longo da sua fronteira com a Nigéria para impedir as incursões destes bandos, que levam a cabo massacres seletivos, raptos para posteriores resgates, ataques a comerciantes e roubo de gado, que depois conduzem para a Nigéria.
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