Relação entre Rússia e China desafia "claramente" ordem multilateral

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE) considerou hoje que a relação entre a Rússia e a China está "claramente a desafiar a ordem multilateral", admitindo preocupação europeia com as tensões "nas fronteiras orientais", nomeadamente na Ucrânia.

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Lusa
22/02/2022 16:09 ‧ 22/02/2022 por Lusa

Mundo

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"É evidente que a convergência entre a Rússia e a China é algo que é importante para o Indo-Pacífico [...] e que a emergência de uma aliança entre a Rússia e a China está claramente a desafiar a ordem multilateral, pelo que esta é outra razão para nos envolvermos mais no Indo-Pacífico", disse Josep Borrell.

Falando em conferência de imprensa no final de uma reunião organizada pela Presidência francesa da UE sobre as relações da União e os países da região Indo-Pacífico, o chefe da diplomacia europeia rejeitou "uma aliança ou uma atitude anti-China", classificando Pequim como "um grande país no Indo-Pacífico, que o é e será cada vez mais".

"Precisamos de ter relações com a China e nós temo-las", acrescentou.

Ainda assim, numa altura de fortes tensões geopolíticas no que toca à ofensiva russa na Ucrânia, Josep Borrell admitiu que "todos os participantes nesta reunião se manifestaram preocupados com o que está a acontecer nas fronteiras orientais da Europa".

"Como não?", questionou.

"Temos encontrado muito interesse e compreensão para manter o princípio e a integridade territorial das nações e penso que este é um princípio que é amplamente partilhado por todos os participantes nesta reunião, mas não tivemos qualquer discussão específica sobre isso [crise ucraniana], são apenas comentários naturais sobre algo que ninguém pode ignorar", adiantou Josep Borrell.

A posição surge após o Presidente russo, Vladimir Putin, ter assinado, na segunda-feira à noite, um decreto que reconhece as autoproclamadas repúblicas de Lugansk e de Donetsk, no Donbass (leste da Ucrânia), e de ter ordenado a mobilização do Exército russo para "manutenção da paz" nestes territórios separatistas pró-russos.

Em 2014, a Rússia invadiu o leste da Ucrânia e anexou a península ucraniana da Crimeia.

A guerra no leste da Ucrânia entre as forças de Kiev e milícias separatistas fizeram até ao momento mais de 14 mil mortos, de acordo com as Nações Unidas.

A UE está a preparar sanções à Rússia, que deverão ser aprovadas pelos Estados-membros ainda hoje.

 

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