A presidente da Comissão Europeia Ursula Von der Leyen fez, esta terça-feira, uma declaração à imprensa sobre as medidas que a Europa irá adotar em resposta à decisão de Putin de reconhecer a independência das regiões separatistas de Lugansk e Donetsk.
Von der Leyen afirma que a Rússia "fabricou" a crise com a Ucrânia e é responsável pela escalada do conflito. Garante ainda que UE agirá de forma "rápida e unida" tornará "o mais difícil possível para o Kremlin" adotar políticas agressivas.
Von der Leyen alerta ainda que está pronta a acionar sanções se a Rússia mantiver a escalada de tensão.
Relativamente às sanções hoje aprovadas pelos 27, a representante considerou tratar-se de um "sólido pacote", com "uma série de medidas calibradas", que constituem "uma resposta clara às violações do direito internacional por parte do Kremlin (Presidência russa)".
"As sanções visam diretamente os indivíduos e empresas envolvidos nestas ações. Visam os bancos que financiam o aparelho militar russo e contribuem para a desestabilização da Ucrânia. Estamos também a proibir o comércio entre as duas regiões separatistas e a UE - tal como fizemos após a anexação ilegal da Crimeia em 2014. E, finalmente, estamos a limitar a capacidade do Governo russo de angariar capital nos mercados financeiros da UE", apontou.
A dirigente alemã disse ainda estar totalmente de acordo com o Governo alemão relativamente ao gasoduto Nord Stream 2, para a distribuição de gás natural russo à Alemanha, cujo processo de certificação foi hoje interrompido por Berlim.
"O Nord Stream 2 tem que ser avaliado à luz da segurança do aprovisionamento energético para toda a Europa. Porque esta crise mostra que a Europa ainda está demasiado dependente do gás russo. Temos de diversificar os nossos fornecedores e investir fortemente em energias renováveis. Este é um investimento estratégico na nossa independência energética", declarou.
Recorde-se que esta terça-feira, a União Europeia condenou a decisão do presidente russo naquilo que que considera ser uma "grave violação" do direito internacional e garantiu uma resposta ocidental "com unidade e firmeza".
"O reconhecimento dos dois territórios separatistas na Ucrânia é uma violação flagrante do direito internacional, da integridade territorial da Ucrânia e dos acordos de Minsk", reagiram ontem os presidentes do Conselho Europeu, Charles Michel, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
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