Boris Johnson vai apresentar hoje "sanções esmagadoras" contra a Rússia

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, fará uma declaração no Parlamento hoje para apresentar a resposta do Reino Unido à invasão militar da Ucrânia pela Rússia, incluindo "sanções esmagadoras", indicou um membro do Governo.

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Lusa
24/02/2022 10:23 ‧ 24/02/2022 por Lusa

Mundo

Rússia/Ucrânia

"Esta manhã, o primeiro-ministro falou com o Presidente [da Ucrânia, Volodymyr] Zelensky e presidiu à [reunião de emergência do comité] Cobra e fará uma declaração mais tarde nesta Câmara para apresentar a resposta britânica, incluindo sanções esmagadoras", disse o chefe de gabinete, Steve Barclay. 

Barclay adiantou também que o Governo está a trabalhar no reforço da "resiliência nacional", mas os pormenores sobre estes preparativos não foram divulgados. 

Prevê-se que Boris Johnson anuncie hoje um forte pacote de sanções económicas.

O primeiro-ministro tinha referido na quarta-feira a intenção de excluir a Rússia dos mercados de dívida soberana, impedir empresas russas de angariar financiamento internacional em libras ou dólares e remover a Rússia do sistema de pagamentos financeiros bancários SWIFT.

Há apenas dois dias, o Reino Unido impôs sanções a cinco bancos e três oligarcas russos, congelando bens e proibindo viagens para o país. 

Mas o Governo britânico foi criticado pela oposição e por membros do próprio partido Conservador, que consideraram que as sanções não eram suficientemente duras e capazes de dissuadir Moscovo.

Johnson falou cedo esta manhã com Zelensky, manifestando-se chocado com o anúncio de Vladimir Putin de invadir militarmente a Ucrânia. 

Boris Johnson prometeu ajudar Kiev e disse "esperar que a Ucrânia possa resistir". 

Pelas 05:30, escreveu na rede social Twitter estar "chocado com os terríveis acontecimentos na Ucrânia".

"O Presidente Putin escolheu um caminho de derramamento de sangue e destruição ao lançar este ataque não provocado à Ucrânia. O Reino Unido e aliados responderão de forma decisiva", prometeu.

Pelas 07:30, o chefe do Governo conduziu uma reunião de emergência do comité Cobra com outros ministros e membros de outros organismos governamentais e está prevista uma videoconferência com líderes dos países do G7 para discutir uma resposta concertada. 

O Reino Unido já apoiou a Ucrânia com material bélico e treino, mas excluiu o envio de tropas para o terreno. 

No entanto, reforçou a presença britânica com soldados na Polónia e Estónia, no leste da Europa, a fronteira da NATO com a Rússia, e mobilizou navios de guerra para o Mar Mediterrâneo e aviões de combate para a base militar no Chipre. 

Entretanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros aconselhou os cidadãos britânicos a saírem da Ucrânia imediatamente, se possível, e a "ficarem dentro de casa, longe das janelas" se não puderem sair.

O ministro dos Transportes, Grant Shapps, instruiu também a Autoridade de Aviação Civil para informar as companhias aéreas para evitarem o espaço aéreo da Ucrânia.

A Rússia lançou hoje uma operação militar na Ucrânia, que o Presidente Vladimir Putin disse visar proteger civis russos nos territórios de Donetsk e Lugansk, no leste ucraniano, cuja independência reconheceu na segunda-feira.

Leia Também: Ataque na Ucrânia terá impacto nos preços dos combustíveis em Portugal

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