"O Presidente russo está mais uma vez a violar de maneira flagrante o direito internacional", denunciou o chanceler alemão, em declarações à imprensa em Berlim, sublinhando ainda que "nada pode justificar tudo isso".
"É a guerra de Putin", afirmou o líder alemão, que convocou o Bundestag (Câmara Baixa) alemão para uma sessão extraordinária no domingo.
"Putin está a trazer sofrimento e destruição para os seus vizinhos, está a violar a soberania e as fronteiras da Ucrânia, está a colocar em risco a vida de inúmeras pessoas inocentes na Ucrânia e, no fim das contas, está a colocar em causa a paz em nosso continente", denunciou Scholz.
"Como presidente do G7, vou bater-me esta tarde, durante uma videoconferência com os chefes de Estado e de Governo da organização, a favor de uma reação uniforme e clara", alertou, prometendo "novas sanções severas" contra Moscovo.
"Nós veremos que Putin cometeu um grave erro com a sua guerra", sublinhou Scholz, pedindo à Rússia que "pare imediatamente o ataque militar e o derramamento de sangue".
As autoridades alemãs também anunciaram hoje que estão prontas a "ajudar massivamente" os seus vizinhos, especialmente a Polónia, no caso de um fluxo de refugiados da Ucrânia.
"Estamos a acompanhar de perto a possibilidade de movimentos de refugiados para países vizinhos", disse a ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, num comunicado.
"Apoiaremos massivamente os Estados envolvidos, em particular nossa vizinha Polónia, se ocorrerem movimentos significativos de refugiados", acrescentou a ministra alemã.
A Polónia, que tem uma longa fronteira com a Ucrânia e já abriga cerca de 1,5 milhões de ucranianos, expressou o seu apoio à Ucrânia e sua disposição em ajudar o país. Planos de contingência para uma potencial crise humanitária estão a ser considerados há várias semanas.
A Eslováquia e a Roménia, que têm fronteiras comuns com a Ucrânia, também estão prontas para acolher possíveis refugiados.
Berlim também aumentará as suas medidas de defesa contra possíveis ciberataques russos.
"As agências de segurança tomaram medidas para se proteger contra possíveis ciberataques e sensibilizaram os serviços envolvidos", sublinhou Nancy Faeser, especificando que "todas as informações convergem para o Centro Nacional de Defesa Cibernética, que acompanha de perto a atual situação".
A Alemanha foi alvo de vários ataques cibernéticos atribuídos à Rússia nos últimos anos, incluindo um que teve como alvo o Bundestag e os serviços da ex-chanceler Angela Merkel em 2015.
A Rússia lançou hoje uma operação militar na Ucrânia, que o Presidente Vladimir Putin disse visar proteger civis russos nos territórios de Donetsk e Lugansk, no leste ucraniano, cuja independência reconheceu na segunda-feira.
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