Presidente checo diz que Vladimir Putin é "louco" e deve ser internado
O Presidente da República Checa, Milos Zeman, disse hoje que é preciso "internar o louco" referindo-se ao chefe de Estado da Rússia, Vladimir Putin, por quem chegou a demonstrar admiração em várias ocasiões.
© Reuters
Mundo Rússia/Ucrânia
"É preciso internar o louco", disse Zeman referindo-se a Putin, numa mensagem transmitida pela televisão e dirigida ao país, na qual acusou a Rússia de ter cometido um "delito contra a paz" e expressou "total apoio à Ucrânia", ao "governo e povo".
Zeman admitiu que não acreditava na invasão russa e que chegou a questionar o profissionalismo dos serviços de informações dos Estados Unidos que alertaram sobre o ataque.
"Esta decisão irracional da Rússia vai provocar danos consideráveis ao Estado russo", disse o Presidente checo, que até ao momento era defensor de uma diplomacia económica com Moscovo.
Milos Zeman foi o único chefe de Estado da União Europeia a participar nas celebrações dos 70 anos da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), em Moscovo, em 2015, após a anexação da península ucraniana da Crimeia pela Rússia, na sequência da intervenção militar do ano anterior.
Na altura, o presidente checo disse que a anexação da Crimeia "era inevitável".
No ano passado, Zeman também defendeu a Rússia no conflito diplomático entre Praga e Moscovo quando os serviços de informações da República Checa denunciaram ações de sabotagem de agentes russos contra paióis militares checos, em 2014.
A Rússia lançou hoje de madrugada uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que as autoridades ucranianas dizem ter provocado dezenas de mortos nas primeiras horas.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que o ataque responde a um "pedido de ajuda das autoridades das repúblicas de Donetsk e Lugansk", no leste da Ucrânia, cuja independência reconheceu na segunda-feira, e visa a "desmilitarização e desnazificação" do país vizinho.
O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.
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