"Tendo em conta a deterioração da situação de segurança, decidi retirar temporariamente todos os membros o mais rapidamente possível", escreveu a secretária-geral da OSCE, Helga Schmid, numa declaração.
A responsável elogiou o trabalho destes observadores, que têm sido, desde o início do conflito na Ucrânia em 2014, os "olhos e ouvidos imparciais [da organização] em todo o país".
"Esta decisão não foi tomada de ânimo leve e a deslocalização destina-se a ser temporária", acrescentou a diplomata alemã, dizendo que a operação se fará "em função dos dados relevantes no terreno".
Várias centenas de observadores de dezenas de países estão atualmente retidos, enquanto a missão parece ter sido surpreendida pela escala da invasão russa.
Moscovo tinha dado luz verde para o seu destacamento a partir de 2014 como parte dos acordos de paz de Minsk alcançados sob a égide da OSCE, bem como pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.
Implantada em múltiplos locais, foi a única testemunha neutra presente na Ucrânia e publicou relatórios diários.
Vários países, incluindo os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, já tinham retirado o seu pessoal por razões de segurança.
Com sede em Viena - a capital de um país neutro - desde a sua criação em 1975, a OSCE nasceu no meio da Guerra Fria para fomentar o diálogo Leste-Oeste.
Tem atualmente 57 Estados membros, incluindo os países da NATO e os que se encontram na órbita russa.
A Rússia lançou hoje de madrugada uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocou pelo menos meia centena de mortos, 10 dos quais civis, em território ucraniano, segundo Kiev.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e desnazificar" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo dos seus "resultados" e "relevância".
O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.
Leia Também: Numa Ucrânia em conflito, milhares abrigam-se no metro