"Os Estados Unidos tomaram medidas significativas e sem precedentes para responder à nova invasão da Ucrânia pela Rússia, impondo custos económicos severos que terão efeitos imediatos e a longo prazo na economia e no sistema financeiro russo", refere o Tesouro em comunicado.
Estas medidas, em parceria com aliados e parceiros, são dirigidas à infraestrutura central do sistema financeiro russo - incluindo todas as maiores instituições financeiras da Rússia e a capacidade de entidades estatais e privadas para angariar capital -- tentando impedir ainda a Rússia de aceder ao sistema financeiro global.
As ações visam quase 80% de todos os ativos bancários na Rússia e "terão um efeito profundo e duradouro na economia e no sistema financeiro russos", assegura Washington no comunicado a que Lusa teve acesso.
Dando seguimento ao anúncio inicial de sanções feito pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, o Tesouro desenhou medidas contra as principais instituições financeiras da Rússia, incluindo sanções dos dois maiores bancos da Rússia e quase 90 subsidiárias de instituições financeiras em todo o mundo.
O Tesouro também sanciona elites russas e os seus familiares e impõe novas proibições relacionadas com dívida e angariação de capitais das grandes empresas estatais russas e das grandes instituições financeiras privadas.
A secretária do Tesouro, Janet Yellen, afirmou que estas ações "degradarão a capacidade da Rússia de projetar o poder e ameaçar a paz e a estabilidade da Europa", advertindo que "se necessário, os Estados Unidos estão dispostos a impor custos adicionais à Rússia em resposta às suas ações".
O setor dos serviços financeiros da Rússia é fortemente dominado por atores estatais que dependem do sistema financeiro dos EUA para conduzir as suas atividades comerciais, tanto na Rússia como internacionalmente.
A Rússia lançou hoje de madrugada uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocou pelo menos meia centena de mortos, 10 dos quais civis, em território ucraniano, segundo Kiev.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e desnazificar" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo dos seus "resultados" e "relevância".
O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.
Leia Também: EUA anunciam nova ronda de sanções. "Putin escolheu esta guerra"