Suíça propõe negociação por setores com a UE e recusa acordo geral
O Governo suíço optou hoje por uma negociação por setores com a União Europeia (UE), recusando definitivamente qualquer acordo geral, numa mostra de "pragmatismo", após meses de incerteza sobre o futuro das relações com Bruxelas.
© FABRICE COFFRINI/AFP via Getty Images
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Esta nova via é "não apenas do interesse da Suíça, mas também da UE", afirmou o Presidente suíço, Ignazio Cassis, em conferência de imprensa.
"Estamos num novo capítulo da História da Suíça", disse. "É um novo começo", adiantou.
As relações entre Bruxelas e Berna estão tensas desde que a Suíça, que não é membro da UE, decidiu subitamente, em maio de 2021, pôr fim a anos de discussões em torno de um acordo quadro - igualmente apelidado de institucional -- com o bloco europeu.
Posteriormente, a UE pressionou a Suíça a fazer prova de "vontade" caso pretendesse ainda concluir um acordo.
Salientando o "pragmatismo suíço", Cassis anunciou hoje que a Suíça fez a sua escolha: "Estamos motivados para encontrar um caminho que possa servir as duas partes".
Em comunicado, Berna explicou que tenciona "seguir a via bilateral com a UE (...) no interesse das duas partes", mas não de qualquer forma.
"O Governo suíço deseja esclarecer os pontos em suspenso no contexto geral das relações com a UE, adotando uma abordagem ampla", indicou.
"Esta iniciativa visa, nomeadamente, ancorar elementos institucionais aos diferentes acordos sobre o mercado interno para uma abordagem vertical, ou seja, setorial", explicou.
Aplicação da lei, resolução de conflitos, eletricidade, segurança alimentar, investigação, saúde e formação, figuram entre os possíveis temas de negociação previstos pelo Governo suíço.
Segundo a agência France-Presse, resta saber como reagirá Bruxelas, particularmente interessada em concluir um acordo institucional geral.
O projeto de acordo geral institucional com Bruxelas visa homogeneizar o quadro jurídico relativamente à participação da Suíça no mercado único da UE, seu principal parceiro económico, e instaurar um mecanismo de resolução de diferendos.
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