"A Rússia foi excluída do concurso Eurovisão da Canção [...], a final da Liga dos Campeões não se realizará em São Petersburgo como previsto e o Grande Prémio da Rússia em Fórmula 1 da Rússia também foi cancelado devido às ações dos líderes russos. Podem parecer pequenas coisas do ponto de vista geopolítico, mas terão uma ampla repercussão social", vincou Josep Borrell.
Falando em conferência de imprensa em Bruxelas após uma reunião extraordinária dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE esta tarde, para aprovar um novo pacote de sanções à Rússia, o responsável vincou que os 27 concordaram em "intensificar os esforços diplomáticos para assegurar a mais ampla condenação internacional possível da Rússia".
"Precisamos de responsabilizar a Rússia a nível internacional, o que exige um esforço diplomático para explicar a todos o que se passa e o que a Rússia tem feito", salientou Josep Borrell.
Já falando numa vaga de desinformação e de ataques russos, o chefe da diplomacia europeia condenou que "até mesmo o secretário-geral das Nações Unidas [António Guterres] esteja a ser atacado pela Rússia por se pronunciar a favor da paz e do respeito pelas regras internacionais".
Os chefes da diplomacia da UE chegaram hoje a acordo para sancionar o Presidente russo, Vladimir Putin, e o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, com congelamento de ativos financeiros, após a invasão da Ucrânia.
A lista abrange também medidas restritivas para membros do Conselho de Segurança Nacional russo, bem como sanções financeiras e limitação aos vistos para atingir a elite russa.
Este é um segundo pacote de sanções maciças, decidido pelos 27 face à invasão da Ucrânia, após um primeiro adotado formalmente na quarta-feira.
Do primeiro pacote, constava o nome do ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, bem como cerca de 350 membros do parlamento russo.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e desnazificar" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo de seus "resultados" e "relevância".
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.
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