"Consideramos a violação da integridade territorial de qualquer país, incluindo a Ucrânia, muito errada. A Sérvia oferece pleno apoio de princípio à integridade territorial da Ucrânia, afirmou Aleksandar Vucic, em declarações à imprensa depois de uma reunião do Conselho de Segurança Nacional.
Para Vucic, não é do "interesse vital político e económico" para a Sérvia "impor sanções neste momento a qualquer Estado ou aos seus representantes ou empresas", vincou, afirmando que Belgrado não se juntará aos países que reagiram à invasão russa com imposição de sanções a Moscovo.
"A Sérvia está no caminho para a União Europeia, é a sua orientação estratégica, mas não se apressará em inimizades porque alguém pede. [A Sérvia] respeita as normas do direito internacional, mas também compreende as suas necessidades e respeita as amizades tradicionais", insistiu.
Vucic recordou que a Rússia não impôs sanções à Sérvia na década de 1990 durante as guerras na ex-Jugoslávia e que o Kremlin defende os interesses sérvios nas instituições internacionais.
A Rússia, membro do Conselho de Segurança da ONU, é o principal aliado da Sérvia na posição de não reconhecer a independência da sua antiga província do Kosovo.
Vucic recordou que a Ucrânia também não reconhece a independência de Kosovo.
O Presidente avisou que o governo iria proibir cidadãos sérvios de participarem como "voluntários" no conflito, prometendo ao mesmo tempo todo o tipo de ajuda humanitário ao povo ucraniano.
Vucic indicou ainda que a Sérvia, como país que mantém neutralidade militar, vai suspender por algum tempo todas as atividades e exercícios planeados do seu Exército e Ministério do Interior com parceiros estrangeiros.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e desnazificar" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo de seus "resultados" e "relevância".
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.
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