Zelensky diz ter falado hoje com presidente da Bielorrússia

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse hoje ter falado com o seu homólogo bielorrusso, Alexander Lukashenko, aliado de Moscovo e cujo país é utilizado como base de apoio pela Rússia.

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© SERGEI SUPINSKY/AFP via Getty Images

Lusa
27/02/2022 12:49 ‧ 27/02/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia

 

"Falei com Alexander Lukashenko", disse Zelensky no Facebook, sem adiantar detalhes, num momento em que a Rússia insiste na realização de eventuais negociações neste país.

Numa anterior declaração, o Presidente ucraniano havia afirmado que o seu país está pronto para negociações de paz com a Rússia, na Polónia, Hungria, Turquia ou Azerbaijão, ou em qualquer outro país, mas não "de onde mandam mísseis" em direção à Ucrânia, numa referência à Bielorrússia.

Zelensky reagia, através de uma mensagem de vídeo, às informações avançadas pelo Kremlin, segundo os quais uma delegação russa chegou hoje à cidade bielorrussa de Gomel para conversações com responsáveis do governo ucraniano.

A Rússia declarou que esperaria por uma resposta da Ucrânia até às 15:00 locais (12:00 em Lisboa).

O assessor da Presidência russa e chefe da delegação negociadora, Vladimir Medinski, disse, numa declaração a jornalistas na Embaixada da Rússia em Minsk, que aguardaria até às 15:00 locais (12:00 GMT) a confirmação da parte ucraniana de que viajaria até Gomel para as negociações.

Segundo a agência oficial russa TASS, Medinski afirmou que, assim que recebesse essa confirmação, a delegação sairia em direção a Gomel, a cerca de 300 quilómetros a sudeste de Minsk e a 40 quilómetros da fronteira com a Ucrânia.

A delegação russa integra ainda o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Andrei Rudenko, o embaixador russo na Bielorrússia, Boris Grizlov, e o chefe do comité dos Assuntos Internacionais da Duma (Câmara de Deputados) da Rússia, Leonid Slutski.

"Toda a responsabilidade do futuro desenrolar dos acontecimentos recairá sobre as atuais autoridades da Ucrânia", advertiu Slutski na sua conta do Telegram, perante uma eventual recusa de negociações por parte de Kiev.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram cerca de 200 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de perto de 370 mil deslocados para a Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.

Leia Também: Zelensky pede intervenção do Tribunal Penal Internacional contra Moscovo

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