Ucrânia. Governo de Israel oferece-se a Putin para mediar cessar-fogo
O primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennet, ofereceu-se hoje ao Presidente russo, Vladimir Putin, para mediar um cessar-fogo da intervenção russa na Ucrânia, durante uma conversa telefónica, informou o Kremlin.
© Kobi Wolf/Bloomberg via Getty Images
Mundo Ucrânia
"Bennet ofereceu um trabalho de mediação de Israel com o objetivo de pôr fim às ações militares", refere o comunicado.
Durante a conversa telefónica, Putin informou o responsável israelita "sobre o progresso da operação militar especial" na Ucrânia, e disse-lhe que uma delegação russa está na cidade bielorrussa de Gomel pronta para negociar com os ucranianos, mas que até agora "eles não utilizaram essa possibilidade".
Segundo o Kremlin, o telefonema foi feito por iniciativa do governo israelita e foi acordado "continuarem os contactos bilaterais em diferentes áreas".
Antes, a Rússia disse que esperaria uma resposta da Ucrânia sobre a realização das negociações em Gomel até as 15:00 locais (12:00 GMT), segundo o assessor da Presidência russa e chefe da delegação negociadora, Vladimir Medinski.
"Já é meio-dia. Até às 15:00 estaremos aqui e aguardaremos a confirmação do lado ucraniano, de que viaja para Gomel para negociações", disse Medinski aos jornalistas, na embaixada russa em Minsk, citado pela agência oficial de notícias russa TASS.
E acrescentou que, uma vez receba essa confirmação, a delegação russa partirá para Gomel, a cerca de 300 quilómetros a sudeste de Minsk e 40 da fronteira com a Ucrânia.
Este período já expirou sem que a Ucrânia tenha aceitado a proposta, refere a Efe.
A delegação russa é chefiada por Medinski e inclui, entre outros, o vice-chanceler Andei Rudenko, o embaixador russo na Bielorrússia, Boris Grizlov, e o chefe do Comité de Assuntos Internacionais da Duma e da Câmara dos Deputados da Rússia, Leonid Slutski.
Esta manhã, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, recusou-se a realizar negociações no território da Bielorrússia, que acusou de ser cúmplice da agressão da Rússia ao seu país.
"Varsóvia, Budapeste, Istambul, Baku, propusemos tudo isso à parte russa e, de facto. Qualquer outra cidade, em qualquer país, de onde os mísseis não sejam lançados contra nós, vale a pena", disse Zelensky numa mensagem em vídeo.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram cerca de 200 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de perto de 370 mil deslocados para a Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.
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