Conselho de Direitos Humanos realizará debate urgente sobre invasão
O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas aprovou hoje a realização de um debate urgente sobre a invasão russa à Ucrânia, com 29 votos a favor, 13 abstenções e apenas cinco contra.
© Reuters
Mundo Ucrânia
A proposta de realização do debate foi submetida a votação a pedido da Rússia, que se opõe, e foi aprovada por 29 votos a favor, cinco contra (Rússia, China, Eritreia, Venezuela e Cuba) e 13 abstenções.
O debate, que provavelmente ocorrerá esta semana, embora a sua agenda ainda não tenha sido confirmada, analisará as possíveis violações de direitos humanos perpetradas durante a invasão russa, que já está no quinto dia.
A embaixadora ucraniana na ONU em Genebra, Eugenia Filipenko, disse antes da votação que os ataques russos a instalações civis como hospitais e escolas podem constituir "crimes de guerra".
A agressão russa não é apenas contra a Ucrânia, assegurou Eugenia Filipenko, mas também "é um ataque aos próprios princípios das Nações Unidas" e é responsabilidade do Conselho "acabar com as manipulações do Estado agressor e responder às suas graves violações".
O seu homólogo russo, o embaixador Gennady Gatilov, assegurou que o debate no Conselho "responde à habitual tentativa de Kiev de desviar a atenção de oito anos de ataques à população nas regiões de Lugansk e Donetsk", perante os quais Moscovo "não teve nenhuma escolha" senão lançar a sua ofensiva na Ucrânia "de forma limitada".
"A Rússia quer conduzir um diálogo genuíno com as autoridades ucranianas para acabar com o conflito", disse.
Entre os 47 países do Conselho que votaram a favor do debate sobre a agressão russa estavam todos os da União Europeia e também México, Paraguai, Honduras, Estados Unidos, Argentina, Brasil e Bolívia.
Países como Cazaquistão, Índia, Paquistão, Somália, Sudão, Arménia, Uzbequistão ou Emirados Árabes abstiveram-se.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram pelo menos 352 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de perto de 370 mil deslocados para a Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
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