"Estamos sempre a monitorizar e vigiar o mais de perto possível" e "não vimos nada de concreto [na postura nuclear mantida pela Rússia] como consequência da sua decisão. Pelo menos ainda não", disse um alto funcionário do Pentágono aos jornalistas.
Reafirmando que a Rússia "nunca" foi ameaçada pela NATO, o Pentágono admite que é "difícil saber o que está por detrás" da ordem de Putin, mas considera que "o mero facto de evocar" ou "ameaçar" com o "uso de forças nucleares", sendo "inútil", representa ao mesmo tempo "uma escalada significativa".
A mesma fonte assegurou ainda que, nesta fase, os militares bielorrussos não parecem ter entrado na Ucrânia como reforço das forças russas.
"Não vimos qualquer indicação de que os soldados bielorrussos tenham sido colocados em ordem de batalha para entrar na Ucrânia, e não há indicação de que eles já entraram ou estejam em processo de entrar na Ucrânia", disse.
"Pelo que sabemos, as forças que entraram na Ucrânia são todas russas", e Moscovo tem agora em território ucraniano "quase 75%" das forças de combate que tinha juntado nos últimos meses junto à fronteira, acrescentou.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de quase 500 mil deslocados para a Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
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