"A guerra na Europa já não é uma coisa dos manuais escolares", diz Macron

As declarações foram proferidas pelo presidente francês, Emmanuel Macron, numa declaração ao país.

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Ema Gil Pires
02/03/2022 19:41 ‧ 02/03/2022 por Ema Gil Pires

Mundo

Rússia/Ucrânia

Na sequência da invasão russa sobre território ucraniano, o presidente francês, Emmanuel Macron, começou por dizer que a ideia de uma "guerra na Europa" deixou de ser uma realidade apenas ilustrada nos "manuais escolares.

Numa declaração ao país, o chefe de Estado referiu que este é um evento que "põe em causa" a democracia e a liberdade do povo europeu. Uma situação que, por outro lado, é também sinal de uma "mudança de época". 

Perante este contexto de invasão à Ucrânia, Macron garante que os "equilíbrios" do continente europeu "foram transtornados por esta guerra". Equilíbrios esses que, na sua perspetiva, continuarão a sofrer "alterações profundas nos próximos meses".

Isto porque, em primeiro lugar, "várias centenas de milhares de refugiados da Ucrânia serão recebidos" pelos países que fazem parte do continente. Neste contexto, "França assumirá a sua responsabilidade" para com esses migrantes, nomeadamente ao nível do seu acolhimento, garantiu.

Neste âmbito, o chefe de Estado francês deixa já um agradecimento às "cidades e aldeias" francesas, bem como às "associações", que já se começaram a "mobilizar" para dar resposta a esta crise humanitária. "França assumirá um compromisso para com as crianças que foram separadas dos seus pais", que se viram forçados a combater, assegura.

Numa perspetiva económica, Macron alerta que "vários setores" vão sofrer na sequência desta guerra na Ucrânia. "Seja pela dependência de importações de matérias primas vindas da Rússia, seja porque exportam para esses países", destaca. Haverá, também, um "aumento dos preços", que trará consequências para o "poder de compra" dos europeus.

Perante esta realidade, o presidente francês dá conta de que a Europa precisa de "investir mais, para depender menos de outros continentes". Ou seja, deve trabalhar para se transformar numa "potência mais soberana" e mais "independente", essencialmente a nível económico, energético e em matérias de defesa. 

Ainda, assim, perante o "teste" que foi a invasão russa sobre território ucraniano, a Europa "fez prova de uma enorme unidade", defende.

Por sua vez, Macron diz ainda estar "ao lado de todos os russos que recusam que uma guerra indigna seja conduzida em seu nome". Fazendo referência aos vários cidadãos da Rússia que, nos últimos dias, se têm manifestado contra a invasão, aponta o "espírito de coragem", com vista a uma "defesa da paz", demonstrada por estas pessoas.

O presidente francês deixa, assim, uma mensagem clara ao "povo russo", um povo "europeu" que "tanto sacrificou para salvar a Europa" no período da Segunda Guerra Mundial. Neste âmbito, compromete-se a manter o contacto com o homólogo russo, Vladimir Putin, com o objetivo de "convencê-lo a renunciar às armas" e de "impedir o alargamento do conflito".

[Notícia atualizada às 19h55]

Leia Também: Ucrânia no centro de Cimeira Europeia das Regiões e dos Municípios

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