"Não há tropas nem bases da NATO na Ucrânia. São mentiras. A Rússia não foi agredida, a Rússia é o agressor. Esta guerra é ainda menos, como a propaganda nos quer fazer querer, uma luta contra o nazismo. É uma mentira, um insulto à história da Rússia e da Ucrânia, à memória das nossas gerações que combateram lado a lado contra o nazismo", disse hoje Emmanuel Macron que falou hoje aos franceses.
O Presidente francês reforçou hoje, numa mensagem de cerca de 15 minutos difundida nas televisões francesas, que Vladimir Putin "escolheu a guerra" e que a França não só está ao lado dos ucranianos, mas também dos russos que recusam esta "guerra indigna" no seu nome.
O chefe de Estado francês garantiu ainda que vai continuar em contacto com os Presidentes da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e também da Rússia, Vladimir Putin, enquanto este estiver disponível, para dissuadir a escalada da violência.
Macron informou ainda que, nos próximos dias, o Governo vai apresentar um plano de resiliência económica e social para combater as consequências deste conflito. Macron disse ainda que a França vai investir na Defesa e na investigação, deixando um aviso à União Europeia.
"Estes eventos são um sinal de mudança de época. A democracia está posta causa. A nossa liberdade, a dos nossos filhos, já não é uma conquista. É um sistema de coragem, um combate a cada momento", disse o líder francês.
Quanto às eleições presidenciais em França, que se realizam em abril, o Presidente disse confiar nos franceses para que ela decorra da melhor forma.
"Esta campanha vai permitir um debate democrático importante para a nação", concluiu Macron.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kyiv contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 100 mil deslocados e pelo menos 836 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
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