Segundo o diretor do gabinete de imprensa do Vaticano, Matteo Bruni, o Papa desloca-se à RDCongo entre 02 e 05 de julho, onde visita as cidades de Kinshasa e Goma, seguindo depois para Juba, no Sudão do Sul, onde fica até 07 de julho.
Desde que foi eleito em 2013, Francisco deslocou-se em 2015 ao Quénia, Uganda e República Centro-Africana e em setembro de 2019 visitou Moçambique, Madagáscar e Maurícia.
O líder da Igreja católica visitou também o Egito em 2017.
O Vaticano diz que os pormenores da viagem serão divulgados mais tarde, mas a visita ao Sudão do Sul é uma das que o Papa mais desejava desde que iniciou o pontificado, tendo sido adiada várias vezes devido à instabilidade do país.
Em abril de 2019, o papa, o arcebispo da Cantuária, Justin Welby, e o moderador da Igreja da Escócia, Jim Wallace, que provavelmente o acompanharão na viagem, convocaram um retiro espiritual no Vaticano para ajudar ao processo de paz no Sudão do Sul.
Durante o encontro, num gesto de humildade que comoveu o mundo, Francisco ajoelhou-se e beijou os pés do Presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir Mayardit, e do opositor Riek Machar, instando-os a avançar com o acordo de paz que tinham assinado no ano anterior.
Em 12 de janeiro de 2020, foi assinada em Roma a declaração de paz em que o Governo sul-sudanês e os movimentos da oposição se comprometeram a um cessar das hostilidades e ao diálogo.
Esta será a primeira viagem de um Papa ao Sudão do Sul.
A última visita de um papa a Kinshasa remonta a agosto de 1985, quando João Paulo II passou dois dias no país, que então se chamava Zaire e era dirigido por Mobutu Sese Seko.
A RDCongo tem cerca 90 milhões de habitantes, 40% dos quais católicos, 35% protestantes ou filiados em Igrejas revivalistas, 9% muçulmanos e 10% de kimbanguistas (igreja cristã originária do Congo), segundo estimativas.
O país é um Estado laico, mas a religião é omnipresente no quotidiano dos congoleses e a Igreja católica tem por vezes um papel importante na política do país.
A viagem deverá ser um teste para a energia e mobilidade do Papa, de 85 anos, que em julho foi operado ao intestino e passou 10 dias no hospital.
Esta semana, o Papa cancelou dois eventos devido a uma dor aguda no joelho após ter lesionado um ligamento.
A viagem de julho a África será a segunda do Papa argentino este ano, após uma visita a Malta prevista para 02 e 03 de abril.
Em outubro, o Papa, numa entrevista à agência de notícias argentina Telam, disse que visitaria pela primeira vez a Oceânia em 2022 e evocou também deslocações à Papua Nova Guiné e a Timor-Leste, inicialmente previstas para 2020 e que foram adiadas.
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