De acordo com o advogado, mesmo com a autorização do Tribunal da Relação, a 07 de abril, o corpo de Marlos Alberto Balcaçar ainda continua na morgue do Simão Mendes, principal hospital da Guiné-Bissau, onde morreu em 03 de março.
A defesa entregou ao tribunal a cópia da certidão de óbito emitida pelos serviços de identificação civil, registo e notariado do Ministério da Justiça, mas até hoje o mesmo Ministério não emitiu a ordem para a libertação do corpo, disse a mesma fonte.
"Sendo a morte uma das causas de extinção da responsabilidade criminal (...) e do procedimento criminal em curso concernente ao arguido Marlos Alberto Balcaçar", o corpo deste pode ser transferido para o seu país de origem, explicou o advogado.
A família de Marlos Balcaçar assume pagar a transferência do corpo já que, disse ainda o advogado, as autoridades de Bissau e de Brasília "não se mostram abertas para pagar as despesas".
"Brasil alega que nao existe nenhum acordo com a Guiné-Bissau", enfatizou o advogado, que pede às autoridades judiciais da Guiné-Bissau a devolução de um telemóvel do falecido que ainda continua na posse do tribunal que o julgou e condenou em 06 de janeiro, juntamente com outros quatro arguidos (dois mexicanos, um colombiano e um equatoriano).
Estes viajaram do México até ao aeroporto internacional Osvaldo Vieira, em Bissau, em 07 de setembro do ano passado, a bordo de um jato com cerca de 2,6 toneladas de droga.
Os arguidos disseram em tribunal que a droga se destinava ao Mali e que o avião só aterrou em Bissau, numa situação de emergência, por falta de combustível.
O tribunal condenou-os pelos crimes de "tráfico de substâncias estupefacientes agravado e utilização ilícita de uma aeronave", confiscada a favor do Estado guineense.
Por se encontrar doente e internado, Marlos Balcaçar não assistiu ao julgamento e morreu em 03 de março.
Leia Também: Presidente guineense anuncia taxa aduaneira de 10% na importação dos EUA