A família de Lyle e Erik Menendez está a pedir para que a Procuradoria-Geral (PGR) do Condado de Los Angeles seja removida do caso após ter sido mostrada uma fotografia explícita do corpo de José Menendez, pai dos jovens, em tribunal, na sexta-feira passada, que levou à hospitalização de uma tia dos irmãos.
Segundo noticia a NBC News, a família pediu à procuradoria para assumir responsabilidades pela "decisão perturbadora e imprudente" que teve durante a sessão e que gerou um "impacto negativo na família das vítimas".
"Em tribunal e sem qualquer aviso, os procuradores exibiram uma fotografia explícita do corpo de José Menendez. Um ato que traumatizou membros da família que estavam na audiência e que levou à hospitalização da irmã de José, de 85 anos, Terry Baralt. Está em estado crítico", lê-se num comunicado partilhado no domingo pela comunidade 'Justice for Erik and Lyle', citado pela NBC News.
Embora o motivo da hospitalização de Terry Baralt não tenha sido imediatamente clara, a família explicou que a idosa "está a lutar contra um cancro" e que tinha ido ao tribunal "apoiar a sua família".
"Nenhuma dor física a impediu de estar presente para os sobrinhos. No entanto, a ação da procuradoria foi para além dos limites. Esta manhã, foi para o hospital e continua em estado crítico", afirmaram os familiares.
A família acusou ainda a PGR que o uso da imagem foi uma violação da lei de Marsy que concede às vítimas o direito à justiça, respeito e dignidade, de acordo com o Departamento de Correção e Reabilitação da Califórnia, e que irá tomar medidas legais.
Disseram ainda que o escritório é "incapaz de lidar com este processo com justiça, cuidado ou com a neutralidade exigida por lei".
Por sua vez, também em comunicado, a procuradoria afirmou que não era sua intenção "causar angústia ou dor" às pessoas que estiveram presentes na audiência, justificando que ninguém se opôs quando as ações dos irmãos foram descritas em público ou quando foram exibidas as imagens da cena do crime na série da Netflix.
"Na medida em que a representação fotográfica perturbou os membros da família Menendez que estiveram presente em tribunal, pedimos desculpas por não termos dado uma aviso prévio de que o momento seria descrito não só em palavras como também através de uma fotografia da cena do crime", diz o comunicado, citado pela estação televisiva.
De recordar que, na sexta-feira, dia 11 de abril, um juiz do Tribunal Superior do condado de Los Angeles decidiu que irá avançar uma audiência de revisão da pena dos dois irmãos, o que poderá resultar numa pena menor. Lyle e Erik Menendez foram detidos em 1994 e condenados a prisão perpétua em 1996.
Lyle Menendez, na altura com 21 anos, e Erik Menendez, com 18 anos, admitiram que balearam fatalmente o seu pai, José Menendez, um executivo da indústria de entretenimento, e a sua mãe, Kitty Menendez, na casa de família, em Bervely Hills, em 1989. Os irmãos alegaram temer que os pais estivessem prestes a matá-los para impedir que se descobrisse que José Menendez tinha abusado sexualmente do filho mais novo durante anos.
Os irmãos enfrentaram a justiça duas vezes, tendo o primeiro julgamento terminado com um júri empatado.
Os procuradores da altura alegaram que não havia provas de abuso sexual e muitos detalhes não foram admitidos no segundo julgamento. O gabinete do procurador do Ministério Público também defendeu que os irmãos pretendiam apoderar-se do património multimilionário dos pais.
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