Em nota enviada à Lusa, a embaixada destaca os riscos da "desinformação por parte do regime em Moscovo" sobre o ponto de situação na fronteira com a Ucrânia.
"Estão a funcionar nove centros de acolhimento, oito dos quais na proximidade imediata da fronteira e um na gare de comboios na cidade de Przemysl. [Aí] podem descansar, recebem uma refeição quente, bebida e informações básicas", pode ler-se no comunicado.
As autoridades polacas criaram uma plataforma 'online' de coordenação da ajuda aos refugiados ucranianos (www.PomagamUkrainie.gov.pl), e os cidadãos desse país podem registar-se num centro de emprego, "o que permite a obtenção de benefícios", como o "acesso gratuito ao serviço de saúde".
"As crianças ucranianas podem ser registadas nas escolas polacas e continuar a educação", concluiu a embaixada.
Além do transporte ferroviário gratuito, alguns municípios introduziram a possibilidade de utilização gratuita de transportes públicos para "portadores de documentos de identificação ucranianos".
Entre as mais de 700 mil pessoas que entraram no país, os grupos mais numerosos são de ucranianos, bielorrussos, uzbeques, nigerianos, indianos, argelinos, afegãos, paquistaneses, alemães e norte-americanos, que podem recorrer aos centros de acolhimento em que estão "representantes dos serviços consulares acreditados na Polónia".
A embaixada polaca expressou ainda apreço pelo trabalho desempenhado pelos meios de comunicação portugueses no relato da situação na fronteira com a Ucrânia e agradeceu "todas as manifestações de solidariedade" desde o início da "agressão russa à Ucrânia".
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de um milhão de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
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